A judoca Telma Monteiro considerou, em entrevista à Lusa, que é ingrato considerar-se que falta algo à sua carreira, apesar de não ter conquistado uma medalha olímpica, feito que vai tentar conseguir nos Jogos do Rio de Janeiro.

“É ingrato dizer-se que é o que falta, depois de cinco medalhas em Campeonatos do Mundo, 11 em Campeonatos da Europa, Masters e tudo. Dizer que falta algo soa um pouco a ingrato, mas acaba por ser a única medalha que falta no meu currículo. Mas tudo pode acontecer”, afirmou.

Sobre o que tem faltado para chegar a uma medalha aos Jogos Olímpicos, Telma Monteiro não culpou os sorteios, que a colocaram frente a algumas das melhores judocas mundiais, porque diz que está “preparada para ganhar a qualquer adversária”.

“Acho simplesmente que em algum ponto as minhas adversárias têm sido melhores do que eu. (…) Eu vou chegar aos Jogos Olímpicos e toda a gente me conhece. Há atletas que estão lá pela primeira vez ou que estão no circuito no último ciclo olímpico. Eu estou lá desde sempre. Desde os 18 anos que as pessoas me conhecem, não há segredo nenhum, não há nada que as pessoas não possam saber da minha maneira de lutar e, por vezes, isso acaba por ser uma vantagem para as minhas adversárias. Sinceramente acho que não falta nada, acho que elas têm sido melhores e, eu aceitando isso, consigo também pensar que posso ser melhor”, referiu.

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Telma Monteiro garantiu que vai com “as melhores” expectativas para o Rio de Janeiro, pois já tem “experiência suficiente para saber que os resultados nessa grande competição conquistam-se no dia”.

“Primeiramente estou feliz por ter conseguido lá estar, não só pelo apuramento, mas também por ter conseguido recuperar da lesão e ter conseguido ter a certeza que vou lá estar a lutar. Vou agarrar-me a isso para ter ainda mais confiança e garra para lutar”, afiançou.

Aos 30 anos, a judoca do Benfica assegura que a pressão já “é uma coisa positiva”, considerando que não vai “estar nervosa descontroladamente”, apenas “ligeiramente ansiosa”, mas acima de tudo “tranquila e feliz”, porque conseguiu apurar-se após a lesão que a obrigou a uma longa paragem.

“Obviamente que tenho muito mais experiência, muito mais conhecimento técnico e tático. (…) Também já não sou a jovem que era com 18 anos, quando fui pela primeira vez aos Jogos Olímpicos. Mas tenho coisas muito positivas de ter 30 anos, que é a experiência e, psicologicamente, por ter estado lá tantas vezes, já não vai ser nenhuma novidade para mim. Isso pode jogar a meu favor”, assegurou.