O ex-embaixador iraquiano em Portugal, Hussain Sinjari, está “horrorizado” e “envergonhado” com o episódio do espancamento, alegadamente, levado a cabo pelos filhos do atual embaixador a um jovem, de 15 anos, em Ponte de Sor, na semana passada. A reação está expressa num e-mail enviado a amigos e funcionários portugueses e iraquianos, a que a Renascença teve acesso.

O diplomata, atualmente na Roménia, diz sentir “a maior raiva, choque e tristeza por esta violência bárbara”, ao mesmo tempo que revela estar “horrorizado” e “envergonhado”.

Rúben Cavaco, de 15 anos, foi agredido na semana passada, em Ponte de Sor, tendo sofrido múltiplas fraturas. O jovem — que terá sido agredido por dois gémeos de 17 anos, filhos do atual embaixador do Iraque em Portugal — teve de ser transportado de helicóptero para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde se encontra nos cuidados intensivos, em coma induzido, após uma intervenção cirúrgica à cabeça e rosto.

Os alegados agressores chegaram mesmo a ser detidos, horas depois do espancamento, mas acabaram por ser libertados por terem imunidade diplomática. E, segundo o Correio da Manhã, já terão saído de Portugal.

A imunidade diplomática é uma forma de imunidade legal que assegura às missões diplomáticas inviolabilidade e, aos diplomatas, salvo-conduto, isenção fiscal e de outras prestações públicas, assim como de jurisdição civil e penal e de execução.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraquiano afirmou, no sábado, que acompanha o caso “com preocupação” e que “iniciou uma investigação para conhecer mais detalhes”. O atual embaixador do Iraque em Lisboa, Saad Mohammed Ridha, ainda não comentou o caso.

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