As notícias na imprensa estão a gerar “preocupações injustificadas” e a crise no banco deve-se a “forças de mercado“. Estas são duas das principais mensagens de uma carta interna escrita esta sexta-feira por John Cryan, presidente-executivo do Deutsche Bank, que procurou desta forma tranquilizar os funcionários da instituição numa altura em que as ações caem para mínimos históricos e há notícias de perda de clientes.

“Eu compreendo que se sintam preocupados pela cobertura mediática alargada”, escreveu John Cryan, numa alusão à notícia da Bloomberg de que alguns fundos estão a reduzir a exposição à instituição. Desvalorizando estas saídas, John Cryan salienta que “o Deutsche Bank, no total, tem mais de 20 milhões de clientes”.

O responsável defende que “em nenhum momento nos últimos dois anos o balanço do Deutsche Bank esteve em condições tão estáveis quando hoje”. É por isso que “é nossa missão evitar que perceções distorcidas perturbem ainda mais a nossa atividade diária”. A carta de John Cryan está a ser citada por vários jornais, que tiveram acesso à missiva.

“A confiança é a base da atividade bancária. Algumas forças de mercado estão a tentar danificar esta confiança“.

As ações do Deutsche Bank recuperaram das fortes perdas da abertura da sessão e perdiam, há momentos, apenas 0,5%, voltando a valer mais de 10 euros — durante a manhã, a cotação desceu abaixo desse patamar psicológico.

Também esta manhã, Jeroen Dijsselbloem, o presidente do Eurogrupo, assegurou que o Deutsche Bank tem de conseguir resolver os seus problemas “por si mesmo”, ou seja, sem ajudas públicas. Dijsselbloem falou aos jornalistas no final de uma reunião do Conselho de Ministros na Holanda.

Esse foi um cenário, também, descartado esta semana pelo presidente do banco — John Cryan — que assegurou que nunca esteve no planos pedir ajuda ao Estado. Essa declaração de Cryan surgiu na altura em que o Die Zeit noticiou que havia um plano já em preparação por parte das autoridades públicas e financeiras da Alemanha que passaria por uma ajuda pública ao banco, caso fosse necessário, eventualmente com uma nacionalização parcial. A informação foi prontamente desmentida pelo Ministério das Finanças da Alemanha.

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