Mais de 140 pessoas foram mortas e pelo menos 525 feridas no sábado quando um bombardeamento aéreo atingiu uma cerimónia fúnebre no Iémen, referiu um responsável da ONU, com os rebeldes ‘huthis’ a acusarem a coligação dirigida pelos sauditas.
O coordenador humanitário da ONU no Iémen, Jamie McGoldrick, disse que as equipas de ajuda humanitária estão “chocadas e revoltadas” com este ataque, que atingiu um espaço público na capital Sanaa, controlada pelos rebeldes ‘huthis’ e aliados, e onde se tinham juntado centenas de pessoas para um funeral.
“Os relatórios iniciais de responsáveis pelos serviços de saúde indicam que cerca de 140 pessoas foram mortas e cerca de 525 feridas”, referiu numa declaração.
O responsável da ONU pediu uma investigação imediata e disse que a comunidade internacional deve exercer mais pressão para assegurar a proteção das populações civis. “A violência contra os civis no Iémen deve parar imediatamente”, disse McGoldrick.
A coligação militar árabe que intervém no Iémen sob comando da Arábia Saudita negou através de um comunicado qualquer envolvimento nos ‘raides’ aéreos, garantiu não ter conduzido operações militares no local desse bombardeamento e sugeriu que deveriam ser consideradas “outras causas”.
Os ataques, ao início da tarde, visaram uma sala pública onde estavam reunidas numerosas personalidades que foram apresentar condolências pela morte do pai do ‘ministro do Interior’, Jalal al-Rouichène, indicou a Sabanews.net. Em comunicado, a coligação refere que “no passado, evitou semelhantes ajuntamentos, que nunca foram o alvo” das suas operações militares.
No entanto, a coligação dirigida pelos sauditas e que intervém no Iémen desde março de 2015 em apoio às forças do presidente Abdrabuh Mansur Hadi, tem sido acusada por organizações de defesa dos direitos humanos de sistemáticos ataques a alvos civis no decurso da sua campanha aérea.
Segundo a ONU, mais de 6.700 pessoas, na maioria civis, já foram mortas no Iémen desde o início da intervenção da coligação dirigida pelos sauditas.