Uma startup do Porto criou um dispositivo que permite aos diabéticos corrigir uma hipoglicemia (falta inesperada e repentina de glicose no sangue, que pode levar à morte) de forma rápida e eficaz, em qualquer meio físico.

“Graças a este dispositivo, o diabético passa a poder praticar qualquer atividade física, inclusivamente desportos radicais, sempre em segurança” recuperando assim a “autoconfiança e sobretudo um novo sentido de liberdade”, indicou à Lusa a fundadora do GoGlico – que é também o nome da startup – Catarina Pires.

De acordo com a arquiteta, o equipamento é indicado para os “atuais 365 milhões de diabéticos no mundo”, hipotensos e doentes com patologias semelhantes que tenham de recorrer à glicose (açúcar) para corrigir uma hipoglicemia.

O GoGlico é transportado de forma amovível, junto ao corpo – de preferência à volta do braço -, permitindo que o utilizador tenha sempre as mãos livres.

Contém glicose no seu interior, dentro de uma cápsula que, ao ser ingerida, por simples pressão da boca, permite corrigir a hipoglicemia, “evitando assim riscos para a saúde”.

A ideia para a criação do dispositivo surgiu, segundo a própria, de “uma necessidade” que sentiu ao aperceber-se “das limitações que a diabetes provocou” na sua vida.

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“A medicina conseguiu trazer soluções para corrigir um dos sintomas da diabetes, que são as hiperglicemias (excesso de glicose no sangue), para as quais existe a insulina artificial”, não existindo ainda uma opção semelhante para as hipoglicemias, explicou.

De acordo com a arquiteta, os únicos recursos hoje em dia para este problema são os pacotes de açúcar, os rebuçados, os sumos ou os refrigerantes com alto teor de açúcar.

No entanto, o uso desses produtos que não representa uma “solução efetiva para o problema”, devido à impossibilidade de serem adaptados à prática de atividades físicas ou desportivas e nenhum ser passível de ser transportado para dentro da água.

Este último fator representa “a maior adversidade para qualquer diabético, pois os açúcares e os rebuçados diluem-se inevitavelmente e os sumos ou refrigerantes não são, seguramente, viáveis” no meio aquático, referiu.

Catarina Pires espera ter o produto comercializado, a nível nacional, dentro de dois anos, e dar os primeiros passos para a sua internacionalização e exportação no mesmo período.