O primeiro-ministro, António Costa, defendeu hoje que Espanha e Portugal são “os únicos dois países da União Europeia (UE) onde o populismo xenófobo não encontrou qualquer tipo de expressão”, citando António Guterres.

António Costa falava na 25.ª Cimeira Ibero-Americana, que decorre em Cartagena das Índias, na Colômbia, na presença do secretário-geral das Nações Unidas designado, António Guterres, que antes também fez uma intervenção, mas que foi fechada à comunicação social.

“Quando em tantos países se reforçam as tentações do protecionismo ou se concretiza a construção de muros que impeçam a mobilidade, creio que devemos partilhar com orgulho o facto de os dois países da UE que integram esta comunidade estarem entre aqueles que dentro da UE mais se têm batido por acelerar os acordos económicos entre a União Europeia e outros espaços regionais, nomeadamente o Mercosul”, afirmou.

O primeiro-ministro acrescentou que deve igualmente ser motivo de orgulho, no atual contexto, Portugal e Espanha “serem, como aqui sublinhou António Guterres, os únicos dois países da UE onde o populismo xenófobo não encontrou qualquer tipo de expressão”.

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Concurso de empreendedorismo jovem

O primeiro-ministro português defendeu ainda que a comunidade ibero-americana deve investir na educação, na ciência e na inovação, e defendeu que se deveria criar “um concurso de empreendedorismo jovem no espaço ibero-americano”.

António Costa disse que “a economia global assenta no conhecimento e na interconexão global” e constitui “o ecossistema ideal para o empreendedorismo, abrindo novas oportunidades à capacidade de iniciativa dos jovens ibero-americanos”.

“Partilhamos nessa lógica a ideia de se constituir um manual de educação para a inovação e o empreendedorismo no espaço ibero-americano, bem como a plataforma eletrónica visando incentivar e facilitar a troca de informação. Outras iniciativas poderiam passar pela criação de um concurso de empreendedorismo jovem no espaço ibero-americano voltado para a sociedade civil”, acrescentou.

Sobre o que se tem feito em Portugal, o primeiro-ministro referiu, “mau grado a crise económica recente, o investimento em ciência e educação ao longo das últimas décadas permitiu o aparecimento e uma cultura de jovens empresários nas áreas das tecnologias de informação e comunicação, bem como nas áreas de tecnologias avançadas como a biotecnologia”.

“Neste momento, 50% do novo emprego criado em Portugal é criado por empresas que têm menos de cinco anos. E no primeiro semestre deste ano por cada empresa que encerrou abriram mais de três novas empresas. O Estado, os municípios, têm sabido identificar e incentivar este fenómeno”, considerou.