O Presidente do Brasil, Michel Temer, disse, esta terça-feira, que a recuperação da economia do país vai depender do setor privado e da disciplina fiscal do Governo, cujos gastos são considerados insustentáveis. A declaração foi feita durante um seminário sobre políticas económicas na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O Presidente brasileiro aproveitou a oportunidade para defender também um projeto do seu Governo que propõe mudar leis do país para limitar o aumento da despesa pública anual à correção da inflação do ano anterior.
“Ao tomar o Governo, recebi um país com uma dívida crescente e acho que o nível de gastos que se consolidou nos últimos anos é insustentável”, disse Temer, referindo-se à gestão da ex-Presidente Dilma Rousseff, a quem sucedeu a 31 de agosto.
O Presidente brasileiro afirmou que a oposição manifesta-se legitimamente contra esta mudança, mas disse que as reclamações não têm fundamento porque setores importantes, como os direitos sociais, saúde e educação terão os seus orçamentos preservados.
O ministro das Finanças do Brasil, Henrique Meirelles, também participou no evento, onde declarou, segundo informações do jornal Valor Económico, que é preciso fazer melhor uso do dinheiro público e conter as despesas primárias para solucionar a grave crise fiscal do país.
“É preciso eliminar os desperdícios. Não estou falando apenas de corrupção. A causa central da crise que vivemos hoje é o crescimento das despesas primárias do Governo central”, analisou.
O ministro brasileiro avaliou que o défice brasileiro tem crescido graças a previdência social e aos gastos com assistência social e programas de transferência de renda.
Neste sentido, defendeu um projeto do Governo que vai propor a revisão das leis de reforma. O projeto ainda não foi anunciado oficialmente, mas o ministro já adiantou que ele defenderá, entre outras mudanças, o estabelecimento de uma idade mínima para as pessoas se reformarem no Brasil.