Os Estados Unidos da América vão acolher os refugiados que estão em centros para imigrantes geridos pelo Governo da Austrália em Nauru e na Papua Nova Guiné, no Pacífico, informou este domingo o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull.

O número de refugiados que os Estados Unidos vão acolher é desconhecido, embora se calcule que ambos os centros reúnam mais de mil pessoas, entre homens, mulheres e crianças, procedentes de países como o Iraque, Síria ou Somália, escreve a agência espanhola Efe.

“Posso confirmar que o Governo chegou a um acordo de reassentamento com um país terceiro. Este acordo é com os Estados Unidos da América”, disse Turnbull numa conferência de imprensa em Camberra, com o titular da pasta da Imigração, Peter Dutton, e outros dirigentes ligados à proteção das fronteiras.

“É um acordo único. Não se repetirá. Só vai afetar aqueles que se encontram nos centros regionais de processamento”, afirmou, explicando que será “dada prioridade “às mulheres, crianças e famílias”. O processo será gerido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

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John Kerry já tinha anunciado também este acordo a partir da cidade neozelandesa de Wellington, onde se encontra em visita oficial desde sábado. O secretário de Estado norte-americano sublinhou que a crise dos refugiados é “um assunto premente” e instou todos os países a seguirem o exemplo dos Estados Unidos e “trabalharem” com o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados” para encontrarem uma solução duradoura para a crise.

Segundo a estação australiana ABC, o Governo de Camberra tem estado em conversações com os Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia para o reassentamento de 390 imigrantes em Nauru e dos 872 da ilha de Manus, na Papua Nova Guiné, segundo dados oficiais de 31 de outubro. A Austrália utiliza desde 2012 os centros de Manus e Nauru para tramitar os pedidos de asilo de imigrantes em situação irregular intercetados no mar em barcos que tentar chegar às suas costas.

No caso de lhes ser reconhecido o estatuto de refugiados, são reassentados em países terceiros. A ONU e grupos de defesa dos direitos humanos criticaram estes centros de detenção ao qualificarem de “desumanas” as precárias condições em que vivem os detidos.