O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, poderá convocar novas eleições caso o Congresso dos Deputados não aprove o Orçamento do Estado para 2017, escreve esta segunda-feira o jornal espanhol El Mundo. A acontecerem, serão as terceiras eleições em pouco mais de um ano, mas trata-se apenas de uma opção de recurso, garantem àquele jornal fontes do governo espanhol.

O projeto de orçamento para o próximo ano, que será proposto por Rajoy, deve respeitar as imposições de Bruxelas relativamente ao défice, que o executivo do PP considera prioritárias. É neste ponto que se levantam as discórdias no Congresso, sobretudo nas bancadas mais à esquerda. Para tentar garantir o apoio, ou, pelo menos, a abstenção, destas bancadas, Rajoy deverá tentar medidas como a subida das pensões e dos salários. “O Governo espanhol é claro: ou consegue que as Cortes aprovem o Orçamento para 2017 ou convocará eleições“, esclarece ao El Mundo um a fonte da Comissão Europeia próxima das negociações entre Espanha e Bruxelas.

A possibilidade de novas eleições não tem sido, contudo, referida em público pelo líder do governo espanhol, que prefere um discurso conciliatório. Ainda assim, Rajoy garantiu desde o momento da investidura que não quer governar sem orçamento. Quem poderá colocar em causa a viabilidade do projeto é o PSOE — o porta-voz dos socialistas no Congresso sublinhou até que seria “praticamente impossível” o partido apoiar o orçamento.

O PP conta com o apoio do Ciudadanos, que está à espera do primeiro esboço para confirmar o seu voto a favor. Foi este partido que apoiou Rajoy no caminho para a investidura. Antes de permitir que Rajoy subisse à liderança do governo, o partido de Albert Rivera assinou com o PP um acordo em que exigiu que o novo executivo se comprometesse com 150 medidas, que deverão agora vir contempladas no novo orçamento.

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