Depois da polémica sobre as notícias falsas publicadas nas redes sociais durante a campanha para as últimas eleições nos EUA, o Facebook tem sido alvo de críticas por alguns trabalhadores da empresa: uns dizem que o Facebook tem medo de apagar as notícias falsas, outros admitem que estão a resolver o problema. Alguns funcionários afirmam ter receio de “represálias internas”, por garantirem que a rede social têm mecanismos para evitar a publicação de notícias falsas e de não o terem feito.

De acordo com o Gizmodo, duas fontes da empresa com conhecimento direto da tomada de decisões, afirmaram que os executivos do Facebook realizaram, no início deste ano, uma ampla revisão das suas políticas internas. Esta avaliação pretendia eliminar qualquer vestígio de parcialidade política.

Uma dessas fontes garantiu que os altos funcionários foram informados sobre uma atualização que estava prevista para o feed de notícias, cujo objetivo era identificar notícias falsas ou enganosas, mas perceberam que esta acabava por prejudicar sites noticiosos de direita e, consequentemente, por remover o respetivo conteúdo do mural dos utilizadores.

Essa mesma fonte da empresa disse ainda ao Gizmodo que a atualização nunca foi tornada pública. Contudo, o Facebook negou, acrescentando que “não construía nem retinha quaisquer alterações do feed de notícias com base no potencial impacto sobre qualquer partido político”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo o BuzzFeed, citado pelo The Guardian, alguns dos trabalhadores da empresa reuniram-se com o objetivo de resolver este problema. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, insiste que mais de 99% das notícias que as pessoas veem na rede social são verdadeiras e rejeita “a ideia louca” de que as notícias falsas acerca das eleições dos EUA induziram os eleitores a erro.

“Não é uma ideia louca. O que é louco é ele rejeitá-la dessa maneira, quando ele sabe, e todos nós na empresa sabemos, que a notícia falsa correu na nossa rede social durante todo o período da campanha eleitoral”, disse um funcionário do Facebook ao BuzzFeed.

No entanto, este problema também afeta a Google, um problema assumido pela empresa. De acordo com o The Guardian, alguns algoritmos também não são capazes de filtrar eficazmente notícias falsas. A Google contrapõe: “O objetivo da pesquisa é fornecer os resultados mais relevantes e úteis para os utilizadores”, segundo declarações de uma porta-voz. “Neste caso, nós claramente não acertámos, mas estamos a trabalhar continuamente para melhorar os nossos algoritmos”, afirma ainda ao The Guardian.