Trabalhadores das empresas do consórcio de manutenção da Refinaria da Petrogal, em Sines, iniciam esta quinta-feira uma greve de dois dias por aumentos salariais de 50 euros e integração de 160 trabalhadores temporários.

O consórcio de manutenção, constituído por várias empresas tem um total de 180 trabalhadores, mas apenas 20 têm contrato efetivo com a empresa mãe, a EFATM, do grupo Melo”, disse à agência Lusa Pedro Carvalho, delegado do SITESUL, Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul.

“Os outros 160 trabalhadores estão em situação de precariedade, só têm vínculo temporário ou a termo incerto com empresas de trabalho temporário, não obstante alguns deles já trabalharem na manutenção da refinaria de Sines há mais de 20 ou 30 anos”, acrescentou.

De acordo com o sindicalista, a manutenção da refinaria era assegurada por funcionários da Petrogal, mas a situação alterou-se com o aparecimento das empresas de trabalho temporário.

Pedro Carvalho garante, no entanto, que apesar de serem considerados temporários, muitos dos 160 trabalhadores precários exercem uma atividade diária na refinaria de Sines há mais de 20 ou 30 anos.

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Além da EFATM, integram o consórcio de manutenção da refinaria de Sines da Petrogal as empresas ATM, AC Services, CMN, Efacec, Nice Job e Metalcas.

De acordo com o sindicalista do SITESUL, tem havido negociações com a administração da “empresa mãe”, a EFATM, mas sem sucesso quanto às principais reivindicações dos trabalhadores.

As negociações permitiram resolver algumas questões, mas não houve cedências da entidade patronal nas matérias mais importantes para os trabalhadores, designadamente no que respeita à precariedade dos contratos e aos aumentos salariais, pelo que os trabalhadores decidiram avançar para a greve”, disse Pedro Carvalho, lembrando que já houve uma primeira paralisação no passado dia 13 de outubro.

Apesar da greve de dois dias, que terá início esta quinta-feira às 10h00, a que se segue o período de fim-de-semana, o sindicalista não antevê qualquer problema no normal funcionamento da refinaria, até porque os trabalhadores não deixarão de intervir caso se verifique algum problema que possa pôr em causa as condições de segurança do complexo industrial.