O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, publicou um vídeo no seu perfil de Twitter onde elencou as medidas que ele e os seus colaboradores mais próximos pretendem implementar nos seus primeiros 100 dias de poder. “Eu pedi à minha equipa de transição para desenvolver uma lista de ordens executivas que podemos tomar logo no primeiro dia para restaurarmos as nossas leis e trazer os nossos empregos de volta”, garantiu o vencedor das eleições presidenciais norte-americanas.

“O meu plano assenta num único princípio de base: meter a América em primeiro lugar”, sublinhou.

No seu plano, Donald Trump reforça algumas daquelas que foram as suas bandeiras eleitorais, como a saída dos EUA das negociações Tratado Trans-Pacífico, o fim das restrições à produção de carvão e uma proibição que impedirá os governantes de se tornarem lóbistas de forma temporária ou até indeterminada após terminarem os seus mandatos.

Sobre o Tratado Trans-Pacífico, que Donald Trump descreve como “um desastre potencial” para os EUA, o republicano defende uma “retirada” e promete que vai “negociar acordos justos e bilaterais que vão trazer empregos e a indústria de volta às terras americanas”. Em matérias de energia, garante uma aposta no gás de xisto e no carvão e com isso “criar vários, vários empregos bem pagos”. Donald Trump promete ainda uma “reforma de ética” que impedirá os governantes de trabalharem como lóbistas nos cinco anos após terminarem os seus mandatos — e uma “proibição vitalícia” de fazerem lóbi para governos estrangeiros.

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Além disso, Donald Trump prometeu reduzir as regulações para as empresas, eliminando duas por cada uma que seja criada; garantiu o reforço da segurança das “infrastruturas norte-americanas” contra “ciber-ataques e todas as outras formas de ataques”; e também disse que vai instruir as autoridades de controlo do trabalho para investigarem os abusos de vistos por parte de imigrantes que “prejudiquem o trabalhador americano”.

Nesta previsão dos seus primeiros 100 dias, Donald Trump escolheu deixar de fora algumas das promessas mais controversas da sua campanha eleitoral, como a construção de um muro ao longo dos mais 3 mil quilómetros de fronteira entre os EUA e o México; a implementação de uma “força de deportações” que aplique a sua intenção anteriormente anunciada de deportar os cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA; a nomeação de um procurador extraordinário para investigar o uso de uma conta de e-mail privado por parte de Hillary Clinton enquanto Secretária de Estado; a anulação do sistema de saúde Affordable Care Act, mais conhecido por Obamacare; ou o investimento de 1 bilião de dólares em obras públicas.

Ao contrário das medidas anunciadas no vídeo desta segunda-feira, todas estas teriam de contar com a aprovação do Congresso, onde os republicanos estão em maioria.

Depois de ter vencido as eleições de 8 novembro (apesar de ter tido aproximadamente menos 1 milhão de votos do que Hillary Clinton, ganhou no Colégio Eleitoral), Donald Trump formou uma equipa de transição para preparar os próximos quatro anos. Ao longo desse processo, já escolheu alguns dos seus colaboradores mais próximos. Entre estes, está Stephen Bannon (seu diretor de campanha, que agora estará responsável pela estratégia da Casa Branca), Reince Priebus (líder do Comité Nacional Republicano, que será o chefe de gabinete) ou Jeff Sessions (senador do Alabama e futuro procurador-geral). Entre outros, falta ainda decidir quem será o nome escolhido para Secretário de Estado, a quem caberá dirigir a diplomacia norte-americana.

Donald Trump vai tomar posse a 20 de janeiro de 2017 numa cerimónia pública na capital dos EUA, Washington D.C..