A batalha de Alepo “entrou na sua fase final”, dizem os responsáveis do exército sírio. As tropas de Bashar Al-Assad conquistaram mais um importante bairro da cidade na manhã desta segunda-feira e as forças rebeldes estão agora confinadas a cerca de 10% do território no leste do rio Queiq, área que controlavam até há pouco.

“O setor ainda controlado pela oposição é muito pequeno e pode cair a qualquer momento, dado que os rebeldes não controlam mais do que dois bairros“, disse Rami Abdel Rahmane, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, à agência francesa AFP. Segundo essa organização, 545 civis e 364 combatentes rebeldes morreram em combates nas últimas duas semanas. Aos grupos rebeldes não resta agora mais do que um pequeno enclave naquela grande cidade do norte sírio.

A oposição detém agora apenas dois bairros, o bairro de Sukkari e o de al-Machad. De acordo com a France Press, milhares de civis fugiram já para o bairro de Al-Machad, onde já não haverá alojamento disponível para receber tantos deslocados.

Nas últimas 24 horas fugiram de Alepo cerca de dez mil pessoas. Desde 15 de novembro já foram 130 mil os civis que abandonaram a cidade, mas ainda há vários milhares presos no perímetro urbano, onde os combates continuam com violência. “Estamos seriamente inquietos pelos civis que ainda estão nos bairros controlados pelos rebeldes”, disse Rami Abdel Rahmane.

As autoridades da Rússia, que estão a ajudar as tropas sírias com bombardeamentos aéreos e artilharia, afirmam que mais de dois mil combatentes rebeldes se renderam nos últimos dias, depois de as forças de Assad terem intensificado o cerco à cidade. As forças rebeldes conseguiram manter o controlo sobre a parte leste da cidade durante mais de quatro anos, o que provocou uma enorme crise humanitária na região.

Certo é que a comunidade internacional tem tentado implementar um cessar-fogo generalizado naquela que é a cidade mais massacrada do conflito sírio, mas sem sucesso. O governo controla toda a parte ocidental de Alepo e tem feito avanços significativos para controlar a parte leste desde que, no final de novembro, o exército sírio conseguiu entrar, via terrestre, na região.

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