Depois de já ter feito parte do programa eleitoral do Partido Popular para as eleições de 26 de junho, o recém-formado Governo de Mariano Rajoy está neste momento a estudar a hipótese de a jornada laboral passar a terminar “com caráter geral” às 18h00. Isto além de estar também a analisar “as possibilidades que teria a alteração do fuso horário”, que poderá passar a coincidir com o de Lisboa e do Reino Unido.

Neste momento, a maior parte dos espanhóis sai do trabalho às 19h00. Tipicamente, o dia de trabalho divide-se em dois períodos: o primeiro vai das 9h00 às 14h00 e o segundo começa às 16h00 e prolonga-se até às 19h00.

As intenções foram avançadas pela ministra do Emprego, Fátima Báñez, conforme anunciou na segunda-feira numa conferência de imprensa. Para a ministra do Emprego, trata-se de encontrar um sistema “flexível, seguro e equilibrado” para conseguir “melhores maneiras de adaptar o mercado de trabalho à quarta revolução industrial”.

Segundo a ministra, a medida será mais facilmente adotada em empresas de grande e média dimensão: “Alguém tem de dar o primeiro passo e, por isso, peço o compromisso às empresas maiores e das associações empresariais e dos sindicatos”. Ao ser aplicada, a medida também abrangeria o setor público.

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Quanto à aplicação deste modelo de horário às empresas “de determinados setores e ás mais pequenas”, Fátima Báñez diz que teriam de “decidir modelos para torná-lo possível”.

Mudança de horário: um virar de costas à Alemanha de Hitler?

Desde 1884, houve quatro países europeus que acertaram os relógios com o mesmo fuso horário, aquele que foi fixado pelo Meridiano de Greenwich (GMT) — a linha imaginária batizada com o nome da localidade onde fica o britânica Royal Observatory. Esses países são Portugal, França, Reino Unido e Espanha. O meridiano passa “por cima” do Reino Unido, de França e de Espanha, tendo Portugal a Oeste.

Em 1942, a Alemanha impôs à França o seu fuso horário depois de tomar controlo de uma parte considerável daquele país, durante a Segunda Guerra Mundial. Nessa altura, num gesto cordial dirigido a Adolf Hitler, o ditador espanhol, Francisco Franco, adotou o fuso horário alemão.

Depois da queda da Alemanha nazi e do fim da Segunda Guerra Mundial, França e Espanha mantiveram-se alinhados com a Alemanha no que aos relógios diz respeito. Isto leva a que, segundo a BBC Mundo, Vigo e Varsóvia estejam no mesmo fuso horário pese embora o facto de estarem a 3 200 quilómetros de distância — ao mesmo tempo que aquela cidade galega fica a apenas 150 quilómetros do Porto, mas com um mais uma hora no relógio.