O Governo decidiu recuar em alguns contratos de prospeção de petróleo, no Algarve, mas a luta está longe de acabar e a Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) decidiu entregar um “presente” de Natal ao primeiro-ministro: um postal gigante de um metro com o Gigante Adamastor.

A PALP congratula a decisão do Governo em travar alguns contratos no Algarve mas vai continuar a desenvolver iniciativas para a cessação definitiva de todos os contratos”, lê-se no Facebook.

A PALP reúne diversas entidades, entre as quais algumas as maiores organizações de defesa ambiental do país, que estão contra a exploração de petróleo no Algarve porque “os riscos para o ambiente e para as diversas atividades económicas são demasiado elevados, pondo em causa investimentos de centenas e centenas de milhões de euros efetuados em Portugal” explicou o organismo ao Sul Informação.

Para este Natal, a PALP preparou uma campanha especial. Nada de protestos, cartazes ou pessoas pintadas de negro (como já aconteceu). Desta vez, a ideia foi juntar 3.500 postais ilustrados por artistas algarvios — cada um a exprimir a visão do artista sobre o tema da exploração petrolífera — e assinados, com mensagens, por portugueses e estrangeiros. Na sua página oficial, a PALP disponibiliza uma lista de emails de membros do Governo e até uma mensagem tipo, onde se lê:

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Não aceito que o interesse de uns poucos seja confundido com o interesse público e conduza o nosso país num percurso em contraciclo, cheio de graves riscos, que se projetam no futuro da região, do País e do Planeta, riscos que os próprios políticos admitem serem reais.

Esta quarta-feira, no dia em que o Governo recuou em alguns contratos com empresas de prospeção de petróleo, a PALP reúne-se com António Costa, na Assembleia da República, para lhe entregar pessoalmente o postal Gigante do Adamastor, do artista Jorge Colaço. Existe outro postal com a figura do Infante D.Henrique, que retrata a inovação de navegar por mares nunca antes navegados, livres de plataformas petrolíferas e de poluição.

Aquele monstro tempestuoso [o Adamastor] que destruía as nossas naus mas, neste caso, esse monstro é a exploração de petróleo” defende Manuel Vieira, representante da PALP, citado pela TSF.

No seu encontro com o primeiro-ministro, a PALP quer questionar António Costa a respeito das suas declarações na 22ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP22) onde afirmou querer um Portugal com menor emissão de gases de efeito de estufa e manter as 15 concessões de prospeção e exploração de combustíveis fósseis. Ao Presidente da República já foram entregues, em mão, 500 postais. Também o ministro do Ambiente e António Costa têm recebido alguns por correio.