E se o líder norte-coreano se encontrasse com o Presidente Donald Trump? Thae Yong Ho, um ex-vice embaixador da Coreia do Norte em Londres, que desertou em agosto para a Coreia do Sul, afirma que Kim Jong Un quer mesmo que isso aconteça, revela Thae numa entrevista exclusiva à CNN.
O diplomata considera que a eleição de Trump como presidente dos EUA é uma grande oportunidade para ser criado um novo compromisso com a administração norte-americana. Contudo, o ex-vice embaixador relembra a mensagem de ano novo que Kim deixou a Trump pouco depois do início deste ano. E que mensagem foi essa? O aviso de que ia ser testado o míssil balístico intercontinental com capacidade para atingir o território norte-americano. “O nível desta mensagem de Ano Novo é uma chantagem completamente estúpida”, revela Thae, em declarações à CNN. “Ele (Kim Jong Un) chamou a isto capacidade de ataque como medida de prevenção”, acrescenta.
No entanto, não foi só Kim a mostrar interesse em conhecer Trump. O presidente norte-americano também demonstrou igual vontade durante a sua campanha presidencial. Perante este mútuo interesse, Thae resolveu precaver Donald Trump e fez um apelo para que este reconsiderasse a proposta, referindo que isso iria dar à Coreia do Norte uma legitimidade que ele nem sequer tem no seu próprio país.
“Nem o presidente chinês Xi Jinping, nem o presidente da Rússia Putin conhecem Kim Jong Un”, afirmou Thae, justificando o seu ponto de vista. “Depois de cinco anos no poder, não foi capaz de dizer, nem aos norte-coreanos, o seu dia de aniversário, informações acerca da sua mãe e sobre a relação com o seu avô”, disse ainda.
O ex-vice embaixador admite que já perdeu a esperança em relação ao futuro do país norte-coreano e revela que a única maneira maneira da situação tomar um rumo diferente, é haver uma mudança de líder. Recorde-se que Thae Yong Un fugiu com a sua família para a Coreia do Sul, em agosto de 2016, devido a não concordar com as medidas impostas pelo regime de Kim Jong Un e ambicionar viver num país liberal.
