O estado de degradação de dois dos oito altares da Igreja Matriz de Loulé obrigou à retirada de imagens, disse à Lusa o diretor do gabinete de comunicação da Diocese do Algarve, padre Miguel Neto.

A decisão foi tomada com base no parecer de técnicos da Câmara Municipal de Loulé, entidade que juntamente com as paróquias está a empenhar esforços com vista ao arranque de obras de recuperação.

À Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, explicou que está a ser preparado um plano de intervenções de curto, médio e longo prazo, que não se resumem apenas à recuperação dos altares das capelas de S. Brás e de Nossa Senhora da Consolação, de onde foram retiradas imagens.

Vários pontos do edifício, altares e a torre sineira também estão incluídos neste plano de intervenções, tendo Vítor Aleixo admitido que o estado de degradação da torre sineira é preocupante.

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“As intervenções que se impõem num primeiro tempo para atalhar a degradação, as situações mais críticas, estão orçamentadas em cerca de 315 mil euros, mas a necessidade do edifício vai muito além disso”, observou o presidente da autarquia.

Para que a recuperação seja levada a cabo, a autarquia vai abordar o Ministério da Cultura com o intuito de conseguir fundos para o arranque das obras.

“É intenção deste município olhar, pela primeira vez em muitas décadas, para um dos principais monumentos de Loulé de uma forma sustentada, com vista à reabilitação completa daquele edifício”, sublinhou Vítor Aleixo.

Construída a partir da segunda metade do século XIII, com estilo gótico meridional, a Igreja Matriz de Loulé foi classificada como monumento nacional em 1924.

A capela de S. Brás foi construída no séc. XVI e é composta por um arco de entrada de pedraria calcária com ornatos manuelinos e elementos renascentistas. Do seu altar foram retiradas as imagens de S. Brás, de Santo Elias e de S. Francisco de Assis.

A Capela de Nossa Senhora da Consolação foi construída nos princípios do século XVI e tem sobre o altar seis painéis pintados, sendo o de Nossa Senhora da Piedade o principal. Deste altar, foram retiradas as imagens de Nossa Senhora da Consolação, de São Crespim e de São Diogo.

Os sismos de 1755, 1856 e 1969 foram os que fizeram maiores estragos a esta igreja, cujas últimas obras de recuperação se realizaram em 2000.