O presidente dos Estados Unidos nomeou Gina Haspel para o cargo de subdiretora da CIA. Gina foi investigada pelo Senado por atos de tortura quando chefiava uma cadeia clandestina na Tailândia. Gina, de 60 anos, trabalhou como agente infiltrada durante a maior parte da carreira e desempenhou um papel central na implementação do programa extrajudicial dos Estados Unidos que visava a captura, prisão e interrogatórios a suspeitos de terrorismo após os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque.

A nova subdiretora da CIA, chefiada por Mike Pompeo, dirigiu na Tailândia o primeiro desses centros de detenção clandestinos dos Estados Unidos conhecidos como “black sites”. Mas Pompeo não lhe poupou os elogios. “Gina é uma funcionária da Inteligência exemplar, uma patriota com mais de 30 anos de experiência. É uma líder que tem uma capacidade misteriosa para fazer coisas e inspirar aqueles que a rodeiam”, disse Pompeo, citado pelo El País.

Haspel esteve presente em pelo menos dois interrogatórios em que foram utilizadas técnicas de tortura a dois alegados membros da Al Qaeda, Abu Zubaydah e Abd al Rahim al Nashiri, de acordo com os dados de uma investigação do Senado norte-americano. Segundo documentos divulgados nos Estados Unidos, Zubaydah foi submetido 83 vezes à técnica de “waterboard” (utilização de água para simular o afogamento, impedindo o prisioneiro de respirar).

Gina Haspel é também apontada como responsável pela destruição das gravações do registo das sessões de tortura a que foram submetidos os prisioneiros detidos no centro de detenção clandestino na Tailândia. O desaparecimento das gravações, em 2013, impediu a promoção de Gina Haspel a diretora das operações clandestinas dos serviços de informações norte-americanos.

O novo presidente dos Estados Unidos afirmou recentemente que a “tortura funciona” e que considera voltar a autorizar formalmente as técnicas de interrogatório de prisioneiros.

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