Portugal já recebeu mais de mil refugiados, ao abrigo do programa europeu de recolocação, maioritariamente adultos e crianças, mantendo-se como o quarto país com mais refugiados recolocados, divulgou hoje o Governo.

De acordo com dados do gabinete do ministro-adjunto, tendo em conta as pessoas que chegaram no decorrer desta semana, Portugal recebeu 1.001 refugiados, dos quais 673 adultos e 328 crianças, havendo 322 pessoas que chegaram sozinhas e 166 agregados familiares. Para o ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, estes dados revelam que Portugal “é um dos países mais ativos no cumprimento do objetivo europeu de solidariedade”.

“Portugal está, segundo os dados da União Europeia, em quarto lugar entre os países que mais refugiados acolhem, seguindo a França, a Alemanha e a Holanda”, adiantou o governante.

Eduardo Cabrita admitiu que o programa de recolocação tem tido “dificuldades administrativas várias”, mas o facto de Portugal já ter acolhido mais de mil pessoas, dentro do objetivo de cerca de cinco mil com que se comprometeu, mostra que o país tem “uma posição ativa no espaço europeu e uma posição solidária”. Questionado sobre o facto de vários refugiados já terem abandonado o país, como foi noticiado nesta semana pelo jornal Diário de Notícias, e se isso põe em causa o programa de recolocação, Eduardo Cabrita lembrou que estão em causa “cidadãos livres que fugiram de zonas de guerra”.

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“Esse fenómeno de saída de programa, designadamente procurando reagrupamento familiar, passa-se em toda a Europa”, disse o ministro, dando como exemplo a Suíça, onde a taxa de saída é de 25%. Nesse sentido, defendeu que talvez mais informação sobre Portugal possa contraria o fenómeno, mas ressalvou que a vontade dos refugiados irem para países onde têm família ou amigos “é natural num quadro de liberdade de circulação dentro da União Europeia”.

Frisou, por outro lado, que o programa de acolhimento e reintegração dos refugiados tem corrido de forma positiva, defendendo que Portugal é dos países “com maior taxa de cumprimento da quota” a que se comprometeu, lamentando, por outro lado, os países que se recusaram a receber estas pessoas.

Eduardo Cabrita lembrou que os primeiros refugiados chegaram a Portugal a 15 de dezembro de 2015, duas semanas depois da tomada de posse do atual Executivo e disse ainda que neste momento a preocupação do Governo é o ensino da língua portuguesa e a formação profissional, para que os refugiados conseguiam integra-se em Portugal depois de terminado o período de 18 meses durante o qual existe apoio financeiro da União Europeia.