A exposição dedicada a Amadeo Souza-Cardoso (1887-1918), no Museu do Chiado, em Lisboa, recebeu 30.066 visitantes até domingo, indicou, esta terça-feira, à agência Lusa fonte da entidade, onde a mostra permanece até ao final da semana. Inaugurada a 11 de janeiro, a exposição recebeu 2.635 visitantes nos primeiros cinco dias e, devido à “grande afluência de público”, o museu anunciou, esta semana, o prolongamento do horário até às 22h, de quinta-feira a sábado, penúltimo dia da mostra.
Contactada pela agência Lusa, fonte do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, sugeriu, como preferencial, a visita da exposição durante os dias úteis da semana, “para evitar os prolongados tempos de espera no fim de semana”, que chegam a atingir mais de hora e meia. A mesma fonte indicou que a exposição não será prolongada, e que no domingo, 26 de fevereiro, último dia, o museu irá encerrar no horário normal, às 18h.
Depois de ter estado dois meses, no ano passado, no Museu Soares dos Reis, no Porto, onde recebeu cerca de 43 mil visitantes, a mostra “Amadeo de Souza-Cardoso/Porto Lisboa/2016-1916”, com 81 obras, vai ficar no Museu do Chiado até domingo. Estas exposições evocam as duas realizadas há um século, pelo artista, respetivamente, no Porto, no Jardim Passos Manuel, de 1 a 12 de novembro de 1916, e a segunda, em Lisboa, na Liga Naval Portuguesa, de 4 a 18 de dezembro.
Na Liga Naval, em Lisboa, Amadeo conseguiu apenas o espaço da sala de leitura para as suas 113 obras, mas, no Museu do Chiado, as 81 peças que a organização conseguiu reunir são acolhidas em cinco salas.
Esta evocação das exposições realizadas pelo próprio artista no Porto e em Lisboa, há cem anos, resultou de uma proposta apresentada por Raquel Henriques da Silva, historiadora de arte e curadora da mostra, em conjunto com Marta Soares. As obras apresentadas por Amadeo em 1916 provocaram grande escândalo e polémica, sobretudo no Porto, devido à incompreensão da época relativamente às estéticas de vanguarda. No entanto, em Lisboa, teve o apoio de outros artistas, como Almada Negreiros, que a divulgou com entusiasmo.
Almada Negreiros chegou a distribuir um manifesto no qual escrevia que a exposição de Amadeo de Souza-Cardoso era mais importante do que a descoberta do caminho marítimo para a Índia, por Vasco da Gama.
Amadeo de Souza-Cardoso vivia em Paris, mas regressou a Portugal no início da Primeira Guerra Mundial como um pintor reconhecido nos meios da vanguarda, tendo participado em exposições coletivas em Paris, Berlim, Nova Iorque, Chicago, Boston e Londres. As duas exposições de 1916 foram as últimas feitas em vida do artista, que viria a morrer dois anos mais tarde, vítima da gripe espanhola, com apenas 31 anos.