No centro de um furacão despoletado com o anúncio da possível criação de uma nova rede de vendas, decorrente do acordo alcançado entre a casa-mãe, a Volkswagen, e a chinesa SAIC Motors, com vista à produção conjunta de carros no país, a Audi poderá ter conseguido acalmar, finalmente, os concessionários que até aqui eram responsáveis pela venda dos seus carros no mercado chinês. E que, devido ao receio de perderem lucros, haviam decretado um boicote ao fabricante de Ingolstadt, recusando-se a encomendar viaturas. Contribuindo assim para a perda, por parte da Audi, do primeiro lugar entre as marcas premium mais vendidas na China.

Segundo a Bloomberg, a marca dos quatro anéis chegou a um novo acordo com os concessionários do FAW Group, o qual manterá os seus pontos de venda como únicos responsáveis pela comercialização das viaturas da marca, mesmo depois de estas passarem a ser fabricadas pela SAIC Motors.

Ainda de acordo com o documento agora assinado, uma nova rede de concessionários, encarregue de vender viaturas tanto da Volkswagen, como da SAIC, só deverá entrar em funcionamento, na China, a partir de 2022. Sendo que os actuais concessionários serão ainda indemnizados por perdas relativas a 2016, revelou a associação local de revendedores automóveis.

Embora sem precisar datas, um porta-voz da Audi reconheceu já que poderá levar alguns anos entre o início da produção, por parte da nova joint-venture, e a chegada desses mesmos carros ao mercado chinês.

Recorde-se que, desde que a guerra entre os concessionários do FAW Group e a Audi estalou na China, a marca dos quatro anéis perdeu o título de marca premium mais vendida no maior mercado automóvel mundial, tendo visto as suas vendas aí caírem, só em Janeiro, mais de 35% face a igual período de 2016.

Por outro lado, e já no passado mês de Abril, o CEO da Audi, Rupert Stadler, afirmou publicamente acreditar que o mercado automóvel premium na China seria capaz de registar um forte crescimento, durante a próxima década.

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