Um polícia, identificado como Óscar Perez, disparou 15 tiros contra o Ministério do Interior e lançou quatro granadas contra a sede do Supremo Tribunal venezuelano, em Caracas, a partir de um helicóptero, numa ação que o Presidente da Venezuela considerou ser um “ataque terrorista”. Não foram registados feridos na sequência do incidente.
“Ativei todas as forças armadas para defender a ordem. Capturámos rapidamente o helicóptero e aqueles que realizaram este ataque terrorista”, declarou Nicolas Maduro.
O incidente ocorreu quando Maduro falava aos jornalistas, reunidos no palácio presidencial de Miraflores, numa cerimónia transmitida em direto pela televisão estatal.
O CaraotaDigital, que divulga notícias venezuelanas, partilhou o momento em que o helicóptero dispara contra os edifícios.
Momento en el que helicóptero del CICPC disparó a sede del #TSJ en #Caracas. Reportó @LuisOlavarrieta #27Jun pic.twitter.com/KdiAAl9Lfa
— Caraota Digital (@CaraotaDigital) June 28, 2017
O ministro da Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, explicou que o helicóptero foi furtado da base militar de La Carlota, em Caracas, por um inspetor adstrito à divisão de transporte aéreo da polícia científica (CICPC), identificado como Óscar Pérez.
No discurso, transmitido obrigatoriamente pela rádio e televisão, Ernesto Villegas afirmou que a aeronave sobrevoou a sede do Ministério do Interior, no centro da capital, e “efetuou cerca de 15 disparos contra o edifício”, enquanto no terraço decorria uma receção com aproximadamente 80 pessoas. O aparelho seguiu depois para o Supremo Tribunal, “onde foram efetuados disparos e lançadas pelo menos quatro granadas, de origem colombiana e fabrico israelita, das quais uma não explodiu e foi recolhida”, disse o mesmo responsável.
Villegas sublinhou que as forças armadas e os corpos de segurança do Estado foram destacados para capturar o autor do duplo ataque e recuperar a aeronave, exortando os cidadãos a comunicar qualquer informação que tenham sobre o paradeiro de Pérez ou do helicóptero.
O ministro afirmou que os ataques fazem parte de “uma escalada golpista contra a Constituição e as suas instituições”, indicando ainda que Óscar Pérez está a ser investigado pelas “ligações à Agência Central de Inteligência” (CIA, na sigla em inglês) e à embaixada dos Estados Unidos na Venezuela.
Alguns relatos indicaram que o helicóptero, de cor azul, transportava um ‘banner’ antigovernamental e era alegadamente pilotado por um polícia que se autodeclarou em rebelião, num vídeo publicado nas redes sociais. Numa série de vídeos publicados no seu Instagram, Pérez aparece ao lado de homens encapuados e diz fazer parte de uma “coligação de funcionários militares, policias e civis em busca de um equilíbrio e contra este governo transitório e criminoso”. O militar assume-se ainda como “patriota e nacionalista”.
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Para o Governo, estes são ataques de cariz terrorista, “enquadrados na ofensiva de insurreição conduzida por fações extremistas da direita venezuelana com o apoio de governos e poderes estrangeiros”.