Leopoldo López e Antonio Ledezma, duas das maiores figuras da oposição a Nicolás Maduro na Venezuela, foram novamente detidos pelos Serviços de Inteligência do país, numa altura em que se encontravam em prisão domiciliária e apenas um dia depois da eleição da Assembleia Constituinte.

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A informação sobre o primeiro foi relatada pela mulher através da sua conta no Twitter, “Não sabemos onde está nem para onde o levaram. Maduro é o responsável se alguma coisa se passar”, escreveu.

Coordenador nacional e fundador do partido Voluntad Popular, Leopoldo López, de 46 anos, tinha sido libertado há menos de um mês da prisão de Ramo Verde, onde tinha entrado em fevereiro de 2014 (esteve 90 dias sem poder ver os advogados e 32 isolado numa das torres da infraestrutura.) Ficou em prisão domiciliária, até hoje. Já estão inclusivamente a circular as imagens da detenção.

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Na altura da saída, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela explicou que a medida tinha sido tomada depois de ter recebido a informação de alegados problemas saúdes de López. “Foi uma medida humanitária”, advogou. No final de junho, o dirigente e antigo prefeito de Chacao, tinha acusado os guardas de tortura.

Também Antonio Ledezma, antigo prefeito de Caracas que tinha sido preso em março de 2015 por alegadamente ter participado na Operação Jericó, com objetivo de derrubar Nicolás Maduro, voltou também a ser detido.

Leopoldo López tinha estado particularmente ativo no último domingo, dia de eleição da Assembleia Constituinte, com uma série de tweets a apelar à intervenção internacional no país. “Alertamos a comunidade internacional para a repressão brutal e o assassinato de venezuelanos em protestos pacíficos contra a [Assembleia] Constituinte”, “Hoje ocorre a maior fraude da nossa história: ilegítima, inconstitucional, viciada em termos eleitorais e no meio de uma brutal repressão” e “O que se passa no nosso país resume-se assim: desolação nos centros de votação e mais um dia de repressão e assassinatos nas ruas”, foram algumas das mensagens deixadas.

Também Ledezma tinha utilizado as redes sociais para denunciar aquilo que considera ser uma fraude eleitoral, considerando o poder de Nicolás Maduro como algo “ilegítimo”.