Vinhas em forma de “serpentes esverdeadas” que deslizam pela areia. Numa primeira abordagem, é assim que o crítico de vinhos do jornal The New York Times começa por descrever Colares, uma das nove Denominações de Origem Controlada (DOC) na região dos vinhos de Lisboa (antiga Estremadura). Escreve Eric Asimov, que em junho foi entrevistado pelo Observador, que Colares é “uma das regiões de vinho mais singulares no mundo”, a mesma que emite uma “sonolência intemporal”.

Asimov esteve em Portugal no passado mês de junho para participar na wine summit Must-Fermenting Ideas, que ocupou o Centro de Congressos do Estoril durante três dias agitados. No final das palestras, e tal como chegou a contar ao Observador, foi conhecer Colares antes de deixar o país.

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Essa visita traduz-se, agora, num artigo que contempla não só a forma de produzir vinho na segunda região demarcada mais antiga do país, suas castas (Ramisco, nos vinhos tintos, e Malvasia de Colares, nos brancos) e métodos, mas também alguns produtores locais.

A Adega Regional de Colares, de portas abertas desde 1931 e a mais antiga adega cooperativa do país, é um dos produtores abordados no artigo. Asimov esteve à conversa com o enólogo Francisco Figueiredo, mas também com alguns nomes por detrás da Adega Viúva Gomes— que opera desde 1808 — e do Casal do Ramilo.

“As uvas são hoje cultivadas tal como têm sido cultivadas há séculos, embora sejam mais difíceis de encontrar”, escreve Asimov, para quem os vinhos produzidos em Colares são, muito provavelmente, “os vinhos tranquilos mais distintivos em Portugal”.