Demolição do que resta dos edifícios, incluindo as típicas paredes de xisto, e redução da área das habitações. O processos de reconstrução das casas afetadas pelo incêndio de Pedrógão Grande tem desagradado às vítimas, de acordo com a edição do “Jornal de Notícias” deste sábado. A Câmara Municipal relembra que os proprietários não têm de aceitar automaticamente os projetos, mas nem todos sabem disso. E os que já recusaram estão à espera de que lhes seja apresentada uma nova alternativa.

Em causa estão a redução de casas de tipologia T3 para T2 ou de T2 para T1, com os proprietários a queixarem-se de falta de espaço para acolher membros da família em visita, por exemplo. Em alguns casos de demolição total do que restou da casa, os proprietários temem perder as características paredes de xisto.

Ao JN, o vereador de Urbanismo da autarquia de Pedrógão Grande, Bruno Gomes, declara que “das 100 casas de primeira habitação que vão agora arrancar, só três ficam piores do que estavam”. Bruno Gomes garante, por outro lado, que “ninguém é obrigado a aceitar um projeto com o qual não concorda”. Nos casos ouvidos pelo JN, os proprietários que recusaram os projetos estão ainda à espera de ver novas plantas.

Os problemas na reconstrução das casas afetadas pelo fogo de Pedrógão têm-se sucedido. Ainda esta semana, o jornal Expresso dava conta de que muitos dos empreiteiros da região estão a cobrar preços que chegam quase ao dobro do que era antes praticado. “Antes do fogo, os preços rondavam os 500 euros por metro quadrado, agora não se encontra nenhum empreiteiro local que aceite fazer uma obra por menos de 750 euros e alguns pedem até 950 euros por metro quadrado”, disse uma fonte ao jornal. Ao todo, apenas 18 habitações terão já sido totalmente reconstruídas.

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