O Benfica reagiu esta sexta-feira à decisão do Tribunal Judicial da Comarca do Porto, que recusou a providência cautelar apresentada pelo clube para travar a constante divulgação pública de emails, apelidando-a de “muito grave e absurda num Estado de Direito”. “Justifica e impõe o inevitável recurso imediato para o Tribunal da Relação”, defendem os encarnados, que tomarão mais posições públicas, enquanto SAD, no início da próxima semana, “após análise minuciosa dos termos desta decisão”.

“A confissão clubística do Senhor Juiz que proferiu esta sentença, evidenciada no primeiro despacho, atenuou a surpresa desta decisão, apesar do carácter inédito de que se reveste e da gravíssima doutrina que pode originar. O sentido e alcance desta sentença é verdadeiramente insólito e absolutamente inaceitável, consentindo e legitimando, como consente e legitima, a prática reiterada de crimes, ao invés de defender o Estado de Direito e proteger o bom nome das pessoas e das instituições”, defendeu através de comunicado.

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Mais tarde, no canal do clube, Luís Bernardo, diretor de comunicação do Benfica, fez questão de enfatizar que a decisão em nada tem a ver com a questão da legalidade ou não dos emails, ao mesmo tempo que defendeu que “o despacho em qualquer momento possibilita que o FC Porto se sinta legitimado a divulgar os emails“.

“Sobre a decisão do juiz é preciso perceber se houve ou não concorrência desleal e se a forma como foram obtidos e divulgados os emails é crime ou não. O despacho limita-se a fazer uma análise sobre se houve ou não concorrência desleal pelo facto de o FC Porto, através do seu canal, ter divulgado informação do Benfica. O âmbito definido pelo juiz é muito claro. Se tivesse definido que não havia crime estaria a legitimar o crime informático. Possibilitava que qualquer empresa obtivesse informação de outra e a divulgasse. Como estamos num canal de televisão é como se um canal começasse a divulgar correspondência privada de outro canal, sendo ela ou não verdade. O Benfica está à vontade acerca deste assunto, está de consciência tranquila, quer muito que a Justiça seja célere”, salientou.

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“Há uma conduta que tem beneficiado de um certo ‘deixar andar’. Apresentámos a providência cautelar no princípio de agosto e estamos a meio de outubro. É pouco compreensível a demora na tomada de decisão”, concluiu, reforçando também a decisão que já tinha sido anunciada em anteriormente em comunicado.