“Thérèse Dreaming” é um quadro do artista francês Balthasar Klossowski (Balthus) pintado em 1938 que está exposto no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque. A pintura mostra uma menina recostada numa cadeira, com os braços cruzados atrás da cabeça e os olhos fechados, mas com uma das pernas assente na cadeira que permite ver a roupa interior.

Para muitos, a obra representa uma ‘imagem sexualizada’ de uma criança, motivo pelo qual surgiu uma petição online onde se apela à remoção da pintura do museu. A petição conta já com 9.478 assinaturas e o objetivo é chegar aos 10 mil apoiantes. Mas, de acordo com o jornal The Guardian, o diretor do museu recusa remover a obra do pintor francês.

“Thérèse Dreaming”, de Balthasar Klossowski (Balthus).

A petição diz que “em 2013, o Met [lhe] dedicou a exposição ‘Balthus: Cats and Girls – Paintings and Provocations’ [Balthus: Gatos e Meninas – Pinturas e Provocações]”, e que, à entrada estava um aviso com a seguinte inscrição: “Algumas das pinturas nesta exibição podem perturbar alguns visitantes”. A petição diz, assim, que as obras de Balthus têm “referências pedófilas”.

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A autora da petição, Mia Merrill, sugeriu então que a pintura seja substituída por outra de uma artista feminina que tenha criado as obras no mesmo período que Balthus, segundo o The New York Times.

Considerando o atual clima em volta de alegações de abusos sexuais cada vez mais frequentes, ao mostrar este trabalho para as massas sem fornecer qualquer tipo de esclarecimento, o Met está, talvez involuntariamente, a apoiar o voyeurismo e a objetificação das crianças”, pode ler-se na petição.

Ken Weine, porta-voz do museu, afirmou que a decisão de não retirar a pintura oferece a oportunidade de refletir na cultura dos dias de hoje.

Momentos como este oferecem a oportunidade para conversar, e a arte visual é um dos meios mais significantes que temos para refletir tanto no passado como no presente e encorajando a evolução contínua da cultura existente, através da discussão informada e respeito pela expressão criativa”, afirmou Weine.