Marques Mendes não poupou nas críticas aos partidos no que toca à polémica da lei do financiamento partidário, considerando toda a questão uma “vergonha completa”.

“A coisa mais grave de todas é a forma como isto foi feito“, afirmou o comentador na SIC, sublinhando que os partidos “não se conseguem entender sobre nada do interesse nacional, mas foram capazes de se entender naquilo que tem a ver com os seus interesses próprios”.

O comentador considerou ainda que o facto de esta lei ter sido feita à porta fechada, sem atas e sem registos, “parecia uma associação secreta”. “Esta lei até podia ser boa — acho que não é, acho que é uma má lei –, mas feita às escondidas, é uma lei péssima. Tinham receio de falar disto ao povo, que o mesmo é dizer que queriam tratar disto nas costas do povo.”

O PSD foi o principal visado nas críticas do Marques Mendes, que “tratou disto ao mais alto nível nas costas de toda a gente”. O ex-líder social-democrata afirmou que o “primeiro subscritor deste projeto” foi Hugo Soares, o líder parlamentar do PSD, considerando que o partido liderado por Passos Coelho passou a ser “muleta” tanto do Governo, como do PCP e do Bloco.

Se o PSD não tivesse avançado com isto, não havia esta lei“, disse o comentador, acrescentando que o partido “nunca deveria ter permitido um comportamento desta natureza”. “Só há uma palavra para justificar isto: leviandade.”

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Ainda assim, Marques Mendes afirmou que os restantes partidos também têm “responsabilidades”, sublinhando que apesar de terem “passado dois anos” a dizer que nunca se iriam “aliar à direita”, fizeram-no para “resolver problemas financeiros internos”. “Outra vergonha da parte dos partidos da geringonça.”

Para o comentador, os partidos deram “um tiro no pé na sua credibilidade” e vão ter de se explicar aos portugueses. “Não podem fazer dos portugueses um bando de mentecaptos, um bando de tontos, que não são”, afirmou Marques Mendes. “É esta falta de coerência, de pensarem mais nos seus interesses próprios e menos no interesse do país, que é uma machadada na credibilidade da classe política.”

“Os partidos andam a abusar das pessoas e têm de ouvir algumas verdades”, concluiu.