A Coreia do Norte estará a utilizar negócios em Moçambique para contornar sanções impostas pelas Nações Unidas e pelos Estados Unidos da América, nomeadamente “no adormecido porto de pesca de Maputo”, avança a CNN. As sanções estarão a ser violadas a partir de dois arrastões norte-coreanos, o Susan 1 e Susan 2. Estas parcerias de investimento serão apenas uma das áreas de comércio ilícito em que os dois países estão envolvidos.

A CNN conta que o valor dos contratos ilegais totaliza milhões de dólares e que o dinheiro é enviado através de diplomatas norte-coreanos para Pyongyang, a 7.500 milhas de distância (mais de 12 mil quilómetros). Os EUA há muito que dizem que o dinheiro destes negócios vai diretamente para Kim Jong Un que — por causa das sanções da ONU — precisa de uma moeda mais forte para desenvolver os programas balísticos e de mísseis.

A administração Trump quer parar o fluxo de dinheiro que vai para a Coreia do Norte — entre janeiro e setembro de 2017, o país ganhou cerca de 200 milhões de dólares com a exportação de carvão e outros produtos proibidos. No relatório a que a CNN teve acesso, o país liderado por Kim Jong Un “já está a violar as resoluções mais recentes e a explorar as cadeias mundiais de fornecimento de petróleo, registos de empresas offshore e o sistema bancário internacional”.

O relatório ainda é confidencial, mas já foi enviado para o comité de sanções da ONU para a Coreia do Norte. Apesar de a organização estar a par do que se passa entre os dois países, a colaboração entre os dois países parece ser ainda maior, segundo o que duas fontes moçambicanas disseram à CNN. Os norte-coreanos treinaram as forças de elite numa base de Maputo há pelo menos dois anos. “E isso vem com um preço”, lê-se no artigo.

A ONU já tinha reportado anteriormente ligações da Coreia do Norte a Moçambique que envolviam cerca de 6 milhões de dólares através de uma empresa de fachada chamada Haegeumgang. A CNN também afirma que o arrastão Susan 1 estava registado como sendo norte-coreano, mas agora tem a bandeira de outro país, a Namíbia, que também está envolvido no comércio de sanções. Contudo, a tripulação norte-coreana continua nos barcos e à noite costumam andar por Maputo para fazer algumas compras.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR