A economia portuguesa cresceu 2,7% no ano passado, atingindo cerca de 179,2 mil milhões de euros em termos reais, aproximando-se assim do valor que tinha em 2010, antes da crise económica, confirmou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Nos dados divulgados hoje, o INE confirma os dados que tinha divulgado na estimativa rápida há 15 dias: a economia portuguesa cresceu 2,7% no conjunto de 2017 e no último trimestre desse ano avançou 2,4% em termos homólogos e 0,7% em cadeia. De acordo com a informação do INE, “o Produto Interno Bruto (PIB) registou um aumento de 2,7% em volume, uma taxa superior em 1,1 pontos percentuais à verificada no ano anterior, tendo atingido, em termos nominais, 193 mil milhões de euros”.

Este foi o maior crescimento na economia do país desde 2000 e contou com a ajuda decisiva dos níveis de investimento. A procura externa líquida — o efeito das exportações deduzidas das importações –, teve um comportamento ligeiramente negativo.

Investimento dá ajuda decisiva

O investimento, que foi um dos principais fatores de crescimento económico em 2017, subiu 8,4% no conjunto do ano, alcançando o maior crescimento dos últimos 19 anos. É preciso recuar a 1998 para encontrar um crescimento da FBC superior a 8,4%, já que nesse ano esse indicador avançou 13,4%, descreve o INE.

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Este indicador reflete aceleração da Formação Bruta em Capital Fixo (FBCF), que cresceu 9% em 2017, quando no ano anterior tinha avançado apenas 1,5%, e um impacto “ligeiramente negativo” da variação de existências (o saldo dos bens que entram e saem de inventário, tais como produtos por transacionar, produtos furtados nas lojas ou matérias-primas que se estragam).

Já no que diz respeito à FBCF, ou seja, o investimento que exclui o impacto dos ‘stocks’, a construção “foi a componente que mais contribuiu para a evolução da FBCF total em 2017”, aumentando 9,2%, após ter diminuído 0,3% em 2016. O INE destaca ainda que a FBCF em ‘outras máquinas e equipamentos’ “acelerou significativamente” em 2017, passando de um crescimento de 4,3% em 2016 para 13%, totalizando cerca de 7,9 mil milhões de euros. A FBCF em ‘equipamento de transporte’ também acelerou em 2017, registando uma taxa de variação de 14,1% (8,4% em 2016) e em ‘produtos de propriedade intelectual’ cresceram uns ligeiros 0,3%, após uma diminuição de 0,7% em 2016.

O cálculo do PIB tem em consideração o contributo da procura interna, que inclui despesas de consumo final (de famílias e instituições e das Administrações Públicas) e a Formação Bruta de Capital, e da procura externa líquida (que retira as importações às exportações).

Desemprego recua para 8%

Também o desemprego em dezembro de 2017 ficou em 8%, menos 0,1 pontos percentuais (p.p.) face ao mês anterior e menos 2,2 face ao mesmo período de 2016, confirma o INE. É preciso “recuar até julho de 2004 para encontrar uma taxa inferior a esta”, confirma o INE em comunicado divulgado esta quarta-feira.

De acordo com os mesmos dados, o número de desempregados no último mês do ano passado dezembro foi estimado em 412,3 mil pessoas, menos 1,3% em relação ao mês interior (menos 5,5 mil pessoas). Já a população empregada foi estimada em 4.771,5 mil pessoas, mais 0,4% (mais 19,7 mil pessoas) face a novembro do mesmo ano.

A estimativa provisória da taxa de desemprego de janeiro de 2018 situou-se em 7,9%. Neste mês, a estimativa da população desempregada terá sido de 410,6 mil pessoas e a da população empregada de 4 773,4 mil pessoas.