Os motores diesel mais pequenos, sobretudo os mais antigos, estão condenados a ter uma vida cada vez mais difícil do seio da Volkswagen, bem como dos restantes fabricantes. São caros, principalmente pela necessidade de terem que respeitar os limites das emissões nocivas, o que os torna pouco interessantes em termos de rentabilidade. Por outro lado, sofrem cada vez mais a concorrência dos mais avançados motores a gasolina, que conseguem facilmente atingir o mesmo nível de consumos em ritmo de passeio. A puxar pelo motor é outra conversa e, aí, os diesel continuam a ter vantagem. Vem isto a propósito do novo motor 1.5 TSI de 130 cv que equipa o Volkswagen Golf, alternativa esta que está ‘condenada’ a substituir o diesel, nomeadamente o 1.6 TDI.

Mas, que trunfos tem esta motorização? Para começar, não está abrangida pela actual guerra aos motores a gasóleo, trunfo que complementa com o facto de ser menos ruidosa e mais potente. Coloca à disposição do condutor 130 cv, em vez de 90 ou 115 cv, consoante a versão do 1.6 TDI, o que se traduz por maiores acelerações, uma velocidade máxima superior e a capacidade de lidar mais facilmente com uma condução mais desportiva. E basta analisar os dados anunciados pelo fabricante para confirmarmos o carácter mais dinâmico do motor a gasolina, pois se o diesel se fica pelos 198 km/h de velocidade máxima, o 1.5 TSI 130 cv atinge 210 km/h, para depois no que respeita à capacidade de ir de 0 a 100 km/h, o gasolina cumprir essa meta em 6,2 segundos, contra 10,2 do Golf com motor a gasóleo de 115 cv.

No rol de vantagens do novo 1.5 TSI de 130 cv está ainda o facto de conseguir rivalizar com o diesel em consumos. Milagre? Não: isso só é possível graças a uma série de tecnologias de ponta. Desde logo, funciona segundo o ciclo Miller, mais vocacionado para a economia do que o Otto, tradicional nos motores a quatro tempos. Depois, oferece um turbocompressor de geometria variável, uma solução sofisticada e rara em motores a gasolina, que podemos encontrar no… Porsche 911 Turbo. Com isto garante-se uma melhor resposta a baixo regime.

Não contente, o Golf 1.5 TSI de 130 cv usufrui ainda de duas soluções viradas exclusivamente para o consumo e, por tabela, para as emissões. A primeira é a possibilidade de desactivar dois dos quatro cilindros sempre que o acelerador não está muito pressionado e a velocidade está abaixo dos 130 km/h. A segunda solução passa pela função coasting, só disponível se o veículo estiver equipado com caixa automática DSG, e que desliga o motor e abre a embraiagem, para que o veículo role livremente em plano ou a descer, sempre que o condutor desacelera. Só com isto, o construtor germânico afirma que reduz o consumo em 0,4 litros, importante numa fase em que todos os pinguinhos contam.

Para o coasting funcionar, o Golf necessita de fornecimento de energia quando motor está parado, pelo que o Golf com esta mecânica está equipado cum uma solução denominada Micro Hybrid System, que nada tem a ver com os tradicionais híbridos, em que um motor eléctrico ajuda o motor de combustão, mas sim um sistema a 12V que recorre a uma bateria extra, a qual assegura que tudo continua a funcionar nas fases em que o motor está parado.

O resultado é que o 1.5 TSI de 130 cv gasta apenas 4,8 litros/100 km, emitindo 110 g de CO2 por quilómetro. Comparado com o antigo 1.4 TSI de 125 cv, este gasta 5,3 e emite 120 g. Mas é importante ter ainda presente o factor preço, com o 1.5 TSI de 130 cv a ser mais barato do que o 1.6 TDI de 115 cv em cerca de 2.600€ (nas mesmas condições e para a versão Confortline), o que invariavelmente acabará por liquidar o motor a gasóleo. Tanto mais que a desvantagem da unidade a gasolina não é grande, em matéria de consumos e emissões, pois o consumo é de 4,8, contra 4,1 litros/100 km, a que correspondem emissões de CO2 por quilómetro de 110 gramas, contra 106 g do 1.6 TDI.

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