O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, criticou esta sexta-feira a imposição de barreiras alfandegárias por parte dos Estados Unidos, considerando que o “mundo já está cheio de guerras para comprar agora uma guerra comercial”.

Estamos em desacordo, entendemos que a economia internacional precisa não de protecionismo, mas sim de comércio, e esse desacordo com os Estados Unidos é conhecido”, disse Santos Silva à Lusa, à margem de uma conferência que decorre hoje no ISEG sobre o financiamento da Nova Rota da Seda.

“Os norte-americanos decidiram conceder isenções a diferentes aliados, incluindo a União Europeia, mas entendemos que o erguer de novas barreiras alfandegárias ao comércio internacional tem um custo para todos”, vincou o governante. O Presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou na quinta-feira a aplicação de tarifas sobre as importações chinesas num valor anual até 60 mil milhões de dólares (48,7 mil milhões de euros), assegurando, porém, que encara a China como um país “amigo”.

Esta bateria de tarifas visado as importações chinesas, que já tinha sido avançada algumas horas antes por altos funcionários da Casa Branca, pretende travar, segundo as palavras de Trump, a concorrência desleal por parte de Pequim e restringir o roubo de propriedade intelectual norte-americana. O valor inicial avançado por fontes da administração norte-americana rondava os 50 mil milhões de dólares (cerca de 40 mil milhões de euros).

Apesar destas medidas, Donald Trump insistiu, durante numa intervenção feita a partir da Casa Branca, que a China é um país “amigo” e que tem “imenso respeito pelo Presidente Xi Jinping”. Na resposta, a China anunciou que poderá aumentar os impostos sobre as importações de vários produtos norte-americanos, que em 2017 representaram três mil milhões de dólares nas compras a Washington, em retaliação a medidas similares dos Estados Unidos.

O ministério do Comércio chinês instou Washington a negociar uma solução para o conflito sobre as tarifas decretadas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre as importações de aço e alumínio oriundos da China. Num outro comunicado, o ministério criticou também a decisão de Trump de aprovar uma possível subida das taxas alfandegárias sobre produtos tecnológicos chineses, numa retaliação contra a alegada fraca proteção dos direitos de propriedade intelectual por Pequim.

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