O Ministério Público alemão pediu esta terça-feira a extradição de Carles Puigdemont para Espanha. De acordo com o El País, a procuradoria de Schleswig-Holstein, onde o catalão se encontra detido desde 25 de março, considerou que o caso é estritamente legal e que o conflito catalão é uma questão que diz apenas respeito ao Governo espanhol, devendo ser resolvido internamente e de acordo com as leis e Constituição espanholas.

A extradição do ex-presidente catalão está agora nas mãos da Audiência Territorial que tem um mês para tomar uma decisão. O Ministério Público pediu que Puigdemont seja mantido na prisão enquanto decorre o processo de extradição por considerar que existe perigo de fuga.

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Carles Puigdemont foi detido durante a manhã de 25 de março, a 30 quilómetros da fronteira da Alemanha com a Dinamarca, perto da localidade alemã de Schuby. Puigdemont — que seguia em direção a Hamburgo com a intenção de regressar à Bélgica, onde reside atualmente — foi detido na sequência de um mandado de detenção europeu e internacional emitido pelo Supremo Tribunal Espanhol. O político catalão é acusado de sedição, um crime que a lei espanhola pune com uma pena que pode chegar aos 25 anos de prisão, e de desvio de fundos públicos.

Puigdemont: “Temos de continuar a seguir o mesmo caminho”

Numa mensagem gravada pelo deputado alemão Diether Dehm, do partido de esquerda Die Linke, durante uma visita a Carles Puigdemont na prisão de Neumünster, em Schleswig-Holstein, o ex-presidente do governo da Catalunha apelou à luta e pediu aos catalães que continuem a defender os seus direitos.

“Gostava de dizer que temos de continuar, temos de continuar a seguir o mesmo caminho, defender os nossos direitos. Direitos que são reconhecidos pelas Nações Unidas porque temos o direito de decidir o nosso futuro”, disse Puigdemont, citado pela BBC.

“Não podemos baixar a guarda perante um estado que se está a tornar cada vez mais autoritário e que está a reduzir os nossos direitos”, afirmou ainda. “Vamos continuar a fazer as coisas como temos feito, sem violência e de forma civilizada. É assim que os catalães fazem as coisas.”