O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse esta quinta-feira, em Coimbra, que Portugal vai colaborar cada vez mais, dentro das suas limitações, com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) na área da saúde. “Nós temos projetos de cooperação com Angola, Moçambique, São Tomé Príncipe, Cabo Verde, e, naturalmente, dentro da capacidade que o país tem, faremos tudo para não apenas lhes dar, mas também para receber deles”, frisou o governante.
O ministro da Saúde, que falava aos jornalistas no final da sessão de abertura do encontro regional da Cimeira Mundial de Saúde, que decorre esta quinta e sexta-feira em Coimbra, acrescentou que a “experiência desses países [africanos] é muito enriquecedora do ponto de vista da saúde pública e das políticas de desenvolvimento local”. Adalberto Campos Fernandes salientou que a “obrigação daqueles que têm mais”, e que estão como Portugal “no pelotão da frente”, é contribuir.
“E temo-lo feito com África, a trabalhar em conjunto, porque a segurança e o bem-estar desses países e dessas comunidades é também a segurança do mundo, que corre a várias velocidades”, observou. Adalberto Campos Fernandes referiu que esta cimeira é “muito importante”, até pela relação particular de Portugal com os países de expressão oficial portuguesa, e, nesse sentido, “Portugal está feliz e Coimbra está reconhecida por ver o seu trabalho com sucesso”.
Coimbra recebe na quinta e sexta-feira, no Convento São Francisco, o encontro regional anual da Cimeira Mundial da Saúde, com cerca de 700 peritos mundiais e que vai ter como tema principal a saúde global dos países africanos. O encontro é organizado pelo consórcio Universidade de Coimbra (UC)/Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que integra a Aliança-M8 [G-8 da saúde].
Nestes dois dias, a cimeira vai acolher mais de 20 sessões de trabalho e quatro sessões plenárias relacionadas com a gestão de doenças infecciosas e a governação para a equidade na saúde nos países de baixo e médio rendimento, as oportunidades e desafios na transição da inovação para os cuidados de saúde e a educação biomédica num mundo em mudança, em que participam 120 oradores de mais de 40 países. A cimeira vai contar com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sexta-feira, na sessão de encerramento.
Portugal está representado desde outubro de 2015 na Aliança M8, considerada o G-8 da saúde, pelo consórcio CHUC e Universidade de Coimbra, sendo uma das cinco academias da União Europeia com presença neste organismo. A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global. Promove a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.