O presidente da União Europeia dos Hospitais Privados (UEHP), Paul Garassus, assumiu esta quinta-feira que o serviço do setor privado de saúde “é visto com reservas e suscita desconfiança”. Os críticos do setor privado de saúde “esquecem-se que o que realmente preocupa o paciente é o tempo de espera para ser tratado e a qualidade do tratamento recebido, sem prestar atenção à propriedade da unidade de saúde”, afirmou esta quinta-feira Paul Garassus, durante a primeira Cimeira Ibérica de Hospitais Privados.

A cimeira é organizada pela Aliança de Saúde Privada de Espanha (ASPE) e pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) e decorre esta quinta e sexta-feira, em Madrid. Para Paul Garassus, “o setor privado não é complementar e, sem a sua colaboração, para os serviços públicos seria impossível atender a procura crescente dos cidadãos”.

Além disso, prosseguiu, “os hospitais privados impulsionam a produtividade do setor público com a sua atividade e contribuem para a inovação e o crescimento económico, uma vez que têm maiores possibilidades de realizar os investimentos necessários nos domínios que reduzem custos e melhoram a eficiência”. Nesta cimeira foi apresentado o relatório “Hospitais Privados na Europa: Apoio a Sistemas de Saúde Sustentáveis”, elaborado por Hans Martens, assessor do Centro Europeu de Políticas, em colaboração com a UEHP, segundo o qual “os sistemas de saúde europeus são inviáveis sem a colaboração dos hospitais privados”.

O estudo propõe “uma reflexão completa sobre o desempenho do setor da hospitalização privada na Europa, que está em constante evolução. Também justifica a posição de que a hospitalização privada deve ocupar num ambiente muito competitivo, no qual se impõe uma aposta na profissionalização da gestão e estratégias adaptadas à situação atual, em que prevalece uma oferta ampla caracterizada pela constante inovação”.

Segundo a presidente da ASPE, Cristina Contel, “a saúde privada é crucial para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde, não só em Espanha mas em toda a Europa, sendo essencial assegurar cuidados de saúde de alta qualidade para todos os cidadãos, especialmente nestes momentos em que fatores como a escassez de recursos, a pressão económica, demográfica, a crescente procura por serviços de saúde e o rápido avanço das tecnologias tornam quase que obrigatória a otimização do uso de recursos e a eficiência na gestão”. Por seu lado, o presidente da APHP, Óscar Gaspar, apresentou dados em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), de 2016, para mostrar que “os cidadãos portugueses preferem cada vez mais os hospitais privados”.

“Esta publicação sobre a capacidade e atividade no sistema de saúde do país entre 2006 e 2016 destaca que o número de hospitais privados tem continuado a crescer, superando pela primeira vez o número de hospitais pertencentes ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em 2016, dos 225 hospitais em operação, 114 eram hospitais privados”, afirmou. De acordo com Óscar Gaspar, “elementos como a excelência reconhecida na prestação de cuidados, a flexibilidade de gestão, a organização das equipas, a capacidade e vontade de investir e, em particular, a colocação do paciente no centro do sistema de saúde, promove a liberdade de escolha dos cidadãos portugueses, que preferem, cada vez mais, os cuidados de saúde privados”.

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