José Mourinho chegou a acordo com o fisco espanhol para se declarar culpado de evasão fiscal e pagar 800 mil euros ao fisco espanhol, no caso dos pagamentos por direitos de imagem enquanto era treinador do Real Madrid. A notícia é do diário El Mundo, que cita fontes próximas do processo.

Com este acordo, o atual treinador do Manchester United evita uma pena de prisão que poderia chegar aos 12 meses. O acordo está fechado e deverá ser formalmente concluído nas próximas semanas, acrescenta o jornal.

O treinador português foi acusado de ter recebido pagamentos de direitos de imagem, nos anos de 2011 e 2012, no valor de 3,3 milhões de euros, que foram dissimulados através de sociedades offshore para evitar o pagamento dos impostos devidos.

Fisco espanhol acusa Mourinho de fraude no valor de 3,3 milhões

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Segundo a acusação pelass autoridades fiscais espanholas, o treinador português serviu-se de uma sociedade estruturada com o “objetivo de tornar fisicamente opacos os benefícios dos seus direitos de imagem”. O contrato entre José Mourinho e o Real Madrid foi assinado a 31 de Março de 2010, cidade que passou a ser a sua residência permanente. Perante esta mudança, adquiriu o estatuto de residente fiscal em Espanha.

Já em 2014 Mourinho foi avisado pelo Ministério das Finanças espanhol que as suas declarações de rendimentos, realizadas entre 2010 e 2012, estariam sob investigação. O treinador viria a reconhecer, em 2015, a ausência de declarações sobre os seus direitos de imagem e concordou em pagar uma multa de 1.146.307,83 euros, de acordo com a justiça espanhola.

O fisco explica que a empresa Kooper Services, que Mourinho detém a 100% através da entidade Kaitaia Trust, com sede na Nova Zelândia,“foi criada com o objetivo de esconder os seus direitos de imagem”. Depois disso, a investigação da ‘Football Leaks’, levada a cabo por uma rede internacional de órgãos de comunicação social (EIC), levou à reabertura do processo pela existência de novos dados, nomeadamente o facto de Mourinho ter apresentado declarações em 2011 e 2012 “com o objetivo de obter um benefício ilícito” ao não declarar os direitos de imagem.

A situação é semelhante à de Cristiano Ronaldo. Diz respeito ao facto de o treinador português, atualmente no Manchester United, ter cedido os seus direitos de imagem a uma sociedade com sede nas Ilhas Virgens Britânicas.