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Aquele jogo que contado ninguém acredita (a crónica do Benfica-Moreirense)

Este artigo tem mais de 5 anos

Benfica fez um jogo fraquinho, talvez o pior em casa para o Campeonato, mas Jonas decidiu de penálti com o Moreirense (1-0) e deu o segundo lugar após a derrota do Sporting na Madeira (2-1).

Jogadores encarnados festejam o golo de Jonas, de grande penalidade, que valeu três pontos e a Champions
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Jogadores encarnados festejam o golo de Jonas, de grande penalidade, que valeu três pontos e a Champions

AFP/Getty Images

Jogadores encarnados festejam o golo de Jonas, de grande penalidade, que valeu três pontos e a Champions

AFP/Getty Images

Na última semana, Rui Vitória mudou. Engrossou a voz nas conferências, deu um murro na mesa em algumas perguntas, mostrou uma faceta até ao momento poucas vezes vista desde que chegou à Luz, em 2015.

A jornada de todas as decisões: Sporting perde e dá Champions ao Benfica, Paços e Estoril descem

Desde a antecâmara do dérbi em Alvalade, e tendo como contexto a capa de um jornal desportivo que o colocava na rota do Al-Hilal da Arábia Saudita com uma proposta milionária, o técnico do Benfica teve de responder a questões que antes nunca se tinham colocado. A possibilidade de saída, a que respondeu puxando dos galões e dos títulos conquistados em três anos. A hipótese de ficar fora da Champions, que foi tentando evitar até que a Liga chegasse ao fim. A realidade de ver o FC Porto campeão, que levou a que recordasse todas as adversidades que a equipa (e sobretudo o clube) tiveram de enfrentar. De novo, a possibilidade de saída, a que respondeu este sábado com uma frase que diz muito: “Tenho dois anos de contrato e ainda mais vontade do que quando cá cheguei”.

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Ficha de jogo

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Benfica-Moreirense, 1-0

34.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

Benfica: Bruno Varela; Douglas, Luisão, Rúben Dias, Grimaldo; Fejsa, Pizzi (Samaris, 70′), Zivkovic; Salvio (Keaton Parks, 90+2′), Cervi e Jonas (Raúl Jiménez, 78′)

Suplentes não utilizados: Svilar, Eliseu, Diogo Gonçalves e Seferovic

Treinador: Rui Vitória

Moreirense: Jhonatan; Sagna, Iago Santos, Alfa Semedo, Rúben Lima; Ângelo Neto, Rafael Costa; Bilel, Tozé (Alan Schons, 83′), Arsénio (Maheus Reis, 87′) e Peña (Dramé, 76′)

Suplentes não utilizados: Felipe Garcia, Koffi Kouao, Boubacar e Ramires

Treinador: Petit

Golos: Jonas (52′, g.p.)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Ângelo Neto (23′), Zivkovic (37′), Luisão (41′), Sagna (63′), Peña (64′), Tozé (73′) e Salvio (84′)

Quando acabou o encontro na Luz e se esperava pelo final do Marítimo-Sporting que os madeirenses ganhavam (como ganharam) nos descontos, Rui Vitória voltara ao normal. Cumprimentava os jogadores no relvado entre sorrisos, andava de uma forma quase aliviada enquanto se encaminhava para os balneários. Contado ninguém acredita e o Benfica garantiu mesmo o segundo lugar, com entrada na pré-eliminatória da Liga dos Campeões, no final daquela que deve ter sido a pior exibição em casa no Campeonato (sobretudo por vir depois de um encontro com grande personalidade em Alvalade, que podia ter valido outro resultado). O treinador acreditou. E ganhou.

[Veja os melhores momentos do jogo em vídeo clicando nas imagens em baixo]

Os primeiros dez minutos mostraram que Petit não estava a brincar quando falou da importância do “pontinho” (o que era, afinal, o suficiente para conseguir a manutenção na Primeira Liga). Os números falavam por si: apenas 13% de posse de bola e sete dos 11 jogadores sem um único passe certo realizado. No entanto, o Benfica, que entrou forte e até com alguma dinâmica em termos ofensivos, não acertava com a baliza: Grimaldo tentou a meia distância ao lado, Pizzi viu o remate bater num defesa e sair para canto, Jonas desviou muito perto do poste.

A partir de certa altura, a qualidade do Benfica, que não sendo muita parecia ser a suficiente para inaugurar pelo menos o marcador, foi caindo. Houve festa, é certo, mas durante pouco mais de um minuto: o Marítimo marcou ao Sporting por Joel aos 31′, Bas Dost empatou para os leões aos 32′. Tudo na mesma nas contas da Champions, tudo na mesma na Luz: Jonas conseguiu enquadrar o único de sete remates do conjunto de Rui Vitória nos 45 minutos iniciais mas a bola saiu fraca para Jhonathan, Pizzi rematou tão colocado que voltou a sair ao lado. Do lado do Moreirense, a melhor jogada acabou por ser aquela que em nada deu: Peña agarrou na bola no seu meio-campo, foi galgando metros, deixou Rúben Dias no chão após uma aceleração mais forte mas Luisão cortou o mal pela raiz, vendo o cartão amarelo (com pedidos para algo mais dos jogadores dos cónegos).

A abrir o segundo tempo, Salvio ia conseguindo marcar com nota artística (calcanhar ao primeiro poste após um cruzamento da esquerda) mas o golo inaugural surgiria da forma mais fácil possível: num penálti após corte com a mão de Alfa Semedo após centro de Grimaldo, Jonas atirou colocado e marcou o 1-0 aos 52′, naquele que foi o seu 34.º golo no Campeonato (além de passar a ser o jogador com mais grandes penalidades convertidas da Liga, chegou também aos 37 golos em todas as provas, naquele que é o melhor registo desde que chegou ao Benfica).

Com esse golo, e apesar de faltar ainda algum tempo, os encarnados estavam virtualmente no segundo lugar porque, na Madeira, o Sporting continuavam empatado com o Marítimo. No entanto, nem isso pareceu acalmar quem estava na Luz, dentro e fora de campo: o Moreirense, mesmo sem criar oportunidades de golo, começou a chegar com outra fluidez ao último terço adversário, enquanto alguns adeptos iam começando a perder a paciência com a exibição e com a menor qualidade de jogo da equipa. A exceção, até à etapa final do encontro e do Campeonato, acabou por ser a ovação de pé a Jonas, que conseguiu um registo apenas superado por Eusébio.

Os motivos de interesse eram quase nulos mas ninguém arredava pé, como que parecendo adivinhar aquilo que se iria confirmar: no final do encontro, o Marítimo recolocou-se em vantagem frente ao Sporting e a Luz reagiu como se tivesse sido o golo ou a substituição de Jonas, a grande referência em campo de uma equipa que teve tudo para cair ao longo da temporada (entre problemas internos e sobretudo externos) mas que, verdade seja dita, acabou por claudicar em termos de Campeonato com um golo sofrido aos 90′, do portista Herrera.

Na flash da BTV, Rui Vitória voltou ao seu registo normal. Calmo, com palavras ponderadas, assumindo de novo que o principal objetivo tinha passado ao lado mas que o segundo lugar era um mal menor face à importância de poder entrar na Liga dos Campeões, “o lugar onde o Benfica deve estar”. De forma conjuntural, estrutural ou circunstancial, só o tempo dirá. Mas a verdade é que, entre um jogo menos conseguido em grande parte no segundo tempo, valeu um penálti de Jonas para fechar o Campeonato a ganhar e passar a “nuvem negra” da instabilidade para o outro lado da Segunda Circular. Por tudo isto, este foi aquele que jogo que contado ninguém acredita. Mas que, no final, serviu como uma luva para os objetivos que os encarnados podiam traçar para esta última jornada.

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