Há semanas que o mundo fala da cimeira entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, mas até esta segunda-feira os norte-coreanos pouco sabiam sobre o que se iria passar em Singapura nas próximas horas.

Só hoje, véspera do encontro, é que a agência noticiosa estatal norte-coreana, KCNA, deu efetivamente conta da reunião histórica entre Kim Jong-un e Donald Trump. Em diferentes artigos, todos datados de 11 de junho, a KCNA relata a saída do líder norte-coreano do país e a sua chegada a Singapura, na tarde deste domingo, e o encontro entre o líder norte-coreano e o primeiro-ministro de Singapura.

Um dos artigos refere mesmo que durante a cimeira, que se irá realizar “pela primeira vez na história” e que está a ser alvo de “grande atenção e expectativa por parte de todo o mundo”, serão abordados temas como a criação de uma nova relação entre Estados Unidos e Coreia do Norte, a construção de “um mecanismo permanente e duradoura para a manutenção da paz” e a “desnuclearização da península coreana”.

Até hoje, nunca se tinha falado diretamente da cimeira. De acordo com a BBC, os norte-coreanos só ouviram falar do encontro algumas vezes: quando a Coreia do Norte ameaçou não participar no encontro e depois quando voltou a referir que a cimeira se devia realizar, em meados de maio. Os media referiram-se apenas a um “diálogo” com os Estados Unidos, que tinha sido iniciado pelo líder norte-coreano.

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E era preciso estarem muito atentos para saberem quando e onde se iria realizar o encontro: não só não lhes foi explicado o motivo da visita do ministro dos Negócios Estrangeiros de Singapura a Pyongyang no passado dia 7, como o dia 12 de junho é apenas referido numa notícia sobre o encontro com o presidente sul-coreano em maio.

Kim Jong-un aterrou em Singapura este domingo, mas quase ninguém conseguiu registar a sua chegada. A segurança em torno do hotel St. Regis, onde está instalado o líder norte-coreano, é apertada, impedindo jornalistas e curiosos de chegarem perto do hotel. Apenas dois operadores de câmara ligados ao regime puderam captar imagens de Kim Jong-un, refere o Guardian.

Horas antes da sua chegada, outros clientes foram proibidos de entrar e sair do hotel e instruídos pela polícia de Singapura para não tirarem fotografias ao líder norte-coreano e à comitiva — aqueles que o tentaram fazer foram posteriormente obrigados pelo staff do hotel a apagar as imagens.