Iñaki Urdangarin chegou na manhã desta segunda-feira, pelas 8h13 (hora local, 7h13 em Lisboa), à prisão de Brieva (Ávila), apresentando-se para cumprir a pena de cinco anos e dez meses de prisão a que foi condenado por vários crimes de corrupção, relacionados com o caso Nóos.

O antigo Duque de Palma tinha até às 18h desta segunda-feira para entrar numa prisão à sua escolha. Há alguns dias, viajou até Palma de Maiorca para recolher a ordem de prisão e na noite de domingo aterrou no aeroporto de Barajas, em Madrid. Na manhã de segunda, apresentou-se no estabelecimento prisional de Ávila.

A lei espanhola prevê que qualquer condenado, a não ser que esteja em prisão preventiva, possa apresentar-se num qualquer estabelecimento prisional à sua escolha. Urdangarin escolheu Brieva, uma prisão feminina que, contudo, dispõe de uma ala à parte onde já estiveram detidos alguns homens por razões especiais de segurança — como o ex-diretor da Guardia Civil, Luis Roldan. Segundo o El Confidencial, trata-se de um pavilhão especial com cinco celas, pátio, refeitório e sala de visitas próprios.

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Chegado à prisão de Ávila, o cunhado de Felipe VI terá de passar pelos trâmites habituais que se aplicam a todos os reclusos. É feita uma ficha de informação, uma avaliação médica e uma entrevista realizada por uma equipa multidisciplinas com assistentes sociais e psicólogos, explica o ABC. Deverá passar a primeira noite no chamado módulo de ingresso e depois será transferido para outra zona da prisão.

A Direção Geral das Prisões de Espanha poderá sempre transferi-lo, caso considere que a prisão em causa não é a mais adequada em termos de segurança. Iñaki será entretanto colocado num de três regimes penitenciários: primeiro (regime completamente fechado), segundo (regime regular) ou terceiro (regime aberto). “O regime fechado é só para condenados de máxima perigosidade”, explicou o especialista em Direito Penal Norberto de la Mata, que considera que Urdangarin “não entrará nesse regime”. O mais provável, crêem os especialistas, é que seja colocado no regime regular e possa mais tarde ser transferido para o terceiro grau.

Iãnki Urdangarin viu a sua condenação confirmada pelo Supremo Tribunal de Espanha na semana passada. Terá de cumprir uma pena de cinco anos e dez meses de prisão pelos crimes de desvio de fundos públicos, prevaricação, fraude fiscal e tráfico de influências.

Urdangarin é casado com a infanta Cristina, irmã do Rei de Espanha, Felipe VI. Da Casa Real não surgiu qualquer reação oficial à entrada do antigo Duque na prisão. Contudo, fontes do Palácio da Zarzuela sublinharam ao El País que a postura é de “respeito absoluto pela independência judicial”.