440 milhões no Novo Banco (que herdou os ativos “bons” do BES) e 230 milhões de euros no BCP. Estes são, segundo o Público desta segunda-feira, os valores dos “buracos” deixados nos dois bancos pela Ongoing, a empresa de Nuno Vasconcellos e Rafael Mora que colaborou com o BES no reforço do controlo na Portugal Telecom e na construção de uma rede de influências na política, economia, comunicação social e até ligações aos serviços secretos.

O jornal adianta que 55% da injeção feita recentemente pelo Fundo de Resolução (no total, quase 800 milhões de euros) no Novo Banco diz respeito ao reconhecimento da irrecuperabilidade da maior parte desta dívida. Essa injeção foi feita através de empréstimo público ao Fundo de Resolução, que só será reembolsado ao fim de várias décadas por parte dos outros bancos a operar em Portugal.

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O valor dos “calotes” não inclui alguns milhões que se conseguiram através de penhoras (imóveis, ações da Pharol, etc.) e, por outro lado, não contam com as anulações de juros que foram feitas. A Ongoing, cujas dívidas aos dois bancos chegaram a ascender a 785 milhões de euros, incumpriu com 80% dos créditos que recolheu junto destas duas instituições: BES e BCP.

Nuno Vasconcellos e Rafael Mora, enquanto empresários, marcaram uma curta mas decisiva era da economia portuguesa, antes da crise financeira, do resgate da troika e do colapso do BES e da Portugal Telecom. Assim que os mercados se fecharam e a PT deixou de distribuir generosos dividendos, virou-se a sorte da empresa que foi dona do Diário Económico e teve mais de 6% da Impresa (dona da SIC/Expresso). Nuno Vasconcellos tinha, também, créditos a nível pessoal no BCP, mas o Expresso noticiou que quando o banco tentou executar essas dívidas o empresário não tinha em seu nome mais do que uma mota de água.

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