Faltam apenas dois jogos para terminar o Campeonato do Mundo. Este sábado, Bélgica e Inglaterra discutem quem fica no terceiro e quarto lugar (15 horas de Portugal), mas o encontro pelo qual todos esperam é o de domingo, a grande final entre a França e a Croácia (16h). Quando se diz que é o jogo que todos esperam é porque são mesmo todos: jogadores, treinadores, adeptos e até os árbitros.

Poder dirigir a final de uma competição como o Mundial de futebol é um dos pontos altos (se não mesmo o maior) da carreira de um árbitro. Há responsabilidade e alguma pressão, certamente. Mas também há a honra e o orgulho de saber que se foi escolhido pela FIFA para estar presente no jogo mais importante dos últimos quatro anos. E até uma certa sensação de dejá vu: o argentino já tinha sido nomeado para o encontro de inauguração, entre Rússia e Arábia Saudita.

Nesse aspeto, Néstor Pitana é o homem que conseguiu o bilhete dourado para tomar conta do encontro no Estádio Luzhniki, em Moscovo. Árbitro internacional desde 2010, já foi jogador de futebol, basquetebol e teve até uma pequena aparição no cinema. Nasceu há 43 anos na província de Misones, onde jogou futebol no Corpus, no Tigres de Santo Pipó e no Guaraní Antonio Franco.

Néstor Pitana já arbitrou um jogo da França neste Mundial. Foi contra o Uruguai, nos quartos de final (JOHANNES EISELE/AFP/Getty Images)

Quem o vê apitar já terá reparado que é um homem alto (1,93), com boa constituição física. Por isso mesmo teve também uma aventura pelo basquetebol, onde chegou a ser convocado para a seleção de Misiones no escalão Sub-18. No campo espera que os jogadores ajudem e evitem os exageros e o “teatro” mas até já passou pelo mundo da representação. Foi em 1997, quando teve uma pequena aparição como guarda prisional no filme argentino La Furia. “Houve um casting em Posadas [cidade em Misiones] para o filme, cujas gravações foram na minha província. Apareço num cena”, recordou uma vez à Radio Palermo.

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Entre 2001 e 2004 viveu na província de Corrientes, onde estava a estudar educação física, e foi nesse período que começou a carreira na arbitragem. A chegada à Primeira Divisão argentina deu-se em 2007, onde em 2015 arbitrou um Superclássico entre River Plate e Boca Juniores que terminou com novo cartões amarelos e três expulsões (quase ao nível daquele Portugal-Holanda no Mundial 2006, que terminou com 16 amarelos e quatro vermelhos, conhecido como a Batalha de Nuremberga).

Vai arbitrar o seu quinto jogo neste Mundial, tendo já estado presente num jogo da França (contra o Uruguai) e num da Croácia (contra a Dinamarca). Esta quarta-feira, o jornal desportivo argentino Olé enumerou alguns motivos que terão levado a FIFA a escolhê-lo para a final, tais como a capacidade física, a capacidade de manter o controlo do jogo, o facto de nenhuma das equipas ser sul-americana e ainda a boa relação que tem com os assistentes que o vão acompanhar, Hernán Maidana e Juan P. Belatti. O quatro árbitro será o holandês Bjorn Kuipers… que também tem a sua história.

Björn Kuipers, o árbitro milionário que reclamava com os homens do apito quando era jogador