A Central do Sul do 112, que serve nove distritos do país, está a funcionar com pouco mais de um terço dos operacionais que deveria ter ao serviço, denuncia o Correio da Manhã com base na escala de serviço do mês de Agosto.
Os primeiros dias do mês de Agosto, com as temperaturas a baterem recordes e o número de incêndios a aumentar, a Central do Sul funcionou com quatro, cinco ou seis pessoas por turno. Isto quer dizer que na sexta-feira, por exemplo, teve 14 operadores no dia inteiro. A partir de meio do mês haverá mais operacionais por dia, mas em nenhum dos turnos haverá mais do que oito.
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Esta central, que serve os distritos de Santarém, Portalegre, Évora, Faro, Beja, Castelo Branco, Leiria, Lisboa e Setúbal, recebe cerca de 10 mil chamadas por dia. A falta de pessoal está a fazer com que o tempo de resposta possa chegar aos três minutos — em vez dos ideais seis segundos.
O que deve fazer quando ligar 112?
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Indique:
- O tipo de emergência em que está envolvido ou que tenha testemunhado;
- O número de telefone a partir do qual está a ligar;
- A sua localização exata, referindo pontos de referência;
- Qual é a aparente gravidade da situação;
- O número de pessoas que necessitam de socorro, o sexo e idade;
- Quais as queixas e sintomas da pessoa a socorrer;
- Situações específicas, por exemplo um perigo de incêndio que exija acionar outros meios no local.
Desligue a chamada somente quando o operador o indicar. Se ligar para o 112 por engano, não desligue. Diga ao operador que está tudo bem e que foi engano. De outra forma poderão ser enviados meios de assistência para verificação de que está tudo bem.
Para agravar, cerca de 75% das chamadas recebidas pelo 112 não são emergência. “Pode ligar para o 112 em qualquer emergência que necessite de uma ambulância, de bombeiros ou da polícia”, pode ler-se no site do 112, um número de emergência que pode ser usado em toda a União Europeia. “Não ligue para o 112 para obter informações sobre o trânsito, previsões meteorológicas, informações gerais e consultas.”
“Chamadas desnecessárias podem sobrecarregar o sistema e colocar em risco a vida daqueles que realmente precisam de ajuda de emergência. Chamadas falsas também podem afetar a resposta a emergências reais.”
Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, diz que já levaram a questão ao Ministério da Administração Interna (MAI), mas que nada foi feito. César Nogueira, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda/GNR, acrescenta que se não fossem os voluntários a cobrir as falhas a situação era ainda pior. O MAI responde que está a decorrer um processo de recrutamento junto da GNR.