Na primeira de três formalizações de listas esta quarta-feira em Alvalade, Dias Ferreira estava na Sala de Reuniões no hall VIP de Alvalade quando, cá fora, um grupo de cerca de 50 pessoas ia iniciar a visita matinal ao estádio com ponto de partida na mítica porta 10A, onde muitos associados se concentravam todos os dias no antigo recinto com o mesmo nome. Também o advogado, que foi vice de João Rocha nos anos 80, fez muitas vezes aquela travessia simbólica que entretanto se perdeu em 40 anos de ligação ao clube, os mesmos 40 anos que pretende que sejam vistos como “experiência” nas próximas eleições.

Dias Ferreira oficializa candidatura à presidência do Sporting, que já tem quatro nomes na corrida

“Fusões? Nesta altura espaço legal não existe nenhum e eu desistir também não vai acontecer porque raramente abdico de alguém quando monto uma equipa em quem confio. Todos falam de consensos e reuniões mas já foi tempo, fala-se muito da defesa dos superiores interesses do Sporting mas depois na prática não é isso que se verifica. Falámos com muitas pessoas mas ou era o serem novos, ou o serem velhos, ou não podia ser por isto e por aquilo… Estou aqui há 40 anos, conheço muita gente e achavam que tinha chegado hoje a Lisboa e a Alvalade”, comentou após a formalização da candidatura.

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“Esta é uma candidatura muito diferente em relação à de 2011, o próprio contexto também mudou e existe um novo cenário. Na altura era uma candidatura com dois rostos, agora é a candidatura de uma equipa. Consegui reunir uma excelente equipa, que se baseia muito no ‘nós’ e não no ‘eu’ como em 2011, que era um pouco assim”, salientou a propósito das diferenças em torno da anterior candidatura à presidência dos leões, onde reuniu 16,5% dos votos. E houve um ponto em particular dessa altura que não esqueceu e que volta agora a ser falado: a figura da segunda volta nas eleições: “Muitos candidatos faz com que seja mais difícil debater todos os temas, mas é com isso que temos de trabalhar. Fui o primeiro a pensar na segunda volta, todos diziam que sim, depois foi chumbado e agora falamos disso. É o mal das pessoas que têm razão antes do tempo…”.

Sobre o futebol, Dias Ferreira não esclareceu se contará com Futre na sua equipa “porque ele está agora a trabalhar com o Sporting”, mas deixou elogios ao trabalho feito pela administração interina da SAD e prometeu uma defesa intransigente aos interesses dos leões na questão das rescisões. “Sousa Cintra tem cumprido bem a missão, se calhar até melhor do que se esperava. Sobre a saída do Rafael Leão, só posso dizer o seguinte: connosco, a defesa intransigente dos interesses do Sporting estará sempre acima de tudo. Da mesma forma como devemos saudar aqueles que decidiram ficar em Alvalade, também não podemos ser indiferentes àqueles que nos fazem isso”, destacou o antigo líder da Mesa da Assembleia Geral entre 2009 e 2011.

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Com a oficialização da candidatura de Dias Ferreira, são já seis os candidatos que entregaram as listas em Alvalade depois de Frederico Varandas, Pedro Madeira Rodrigues, João Benedito, Bruno de Carvalho e José Maria Ricciardi, havendo mais duas previstas para esta tarde: Fernando Tavares Pereira (14h) e Rui Jorge Rego (15h30). Carlos Vieira, ex-vice do Conselho Diretivo destituído em reunião magna, ainda aguardou por uma providência cautelar favorável mas acabou por desistir.

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