As seguradoras estão a recusar fazer seguros “contra todos os riscos” em carros usados e importados, devido a uma fraude que pode render 10 mil euros aos burlões, noticia esta quinta-feira o Jornal de Notícias na sua edição impressa.

A burla começa com a compra de automóveis de gama média e alta no estrangeiro e termina com a simulação de furtos. Os burlões inventam ainda equipamento extra e aproveitam a diferença de valor dos carros nos mercados europeus — como Alemanha e França — e em Portugal.

O Jornal de Notícias dá mesmo um exemplo para explicar o esquema que já levou a Câmara Nacional de Peritos e Reguladores e as próprias seguradoras a dar indicações aos agentes para não realizarem contratos de danos próprios em automóveis usados e importados: um BMW 318d de 2015 com pouco mais de 100 mil quilómetros pode custar, na Alemanha, 15.500 euros, com o imposto sobre veículos a rondar os cinco mil euros.

Depois é feito um seguro, no qual o automóvel pode ser avaliado em cerca de 30 mil euros devido à inclusão, na apólice, de equipamentos que o carro não tem. Por fim,  o carro é dado como furtado ou destruído num acidente simulado. Além dos 30 mil euros de indemnização, o burlão pode ainda lucrar com a venda de peças no mercado negro. A fraude pode, portando, render 10 mil euros, mas tudo depende do preço a que o automóvel foi comprado e dos equipamentos descritos na apólice.

O esquema preocupa as seguradoras e os contratos que acabam por ser celebrados são alvo de uma “avaliação rigorosa” por parte de quadros intermédios da empresa, diz ao Jornal de Notícias um agente de seguros: “Só fazemos contratos de seguros de danos próprios em carros usados e importados se o tomador for de confiança e um cliente importante para a empresa”.

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