“O novo Campus da Nova SBE vai mudar (para melhor) Carcavelos”. Mas, mais do que isso, “vai colocar o ensino superior em Portugal num patamar bastante mais elevado”. Estes são apenas dois dos comentários de pessoas, anónimas, sobre o novo Campus da Nova School of Business & Economics que está prestes a ser inaugurado e vai receber, daqui a menos de um mês, os seus primeiros alunos.

A obra tem sido integralmente paga com donativos de empresas e pessoas individuais, sejam antigos alunos ou quem, mesmo não tendo qualquer relação com a faculdade, percebeu a importância de haver em Portugal um Campus assim.

Quem olha para a obra dificilmente imagina o que está por trás desta autêntica conquista para Portugal. E que aquele Campus único no país é, na verdade, a resposta a uma oportunidade detetada pela escola quando o processo de Bolonha foi implementado, em 2006, que deu a um grau de mestrado o mesmo valor em toda a Europa. Na altura, com as instalações da escola a tornarem-se claramente inadequadas e com os mestrados da Nova SBE no Top 20 do ranking do Financial Times, as vantagens competitivas para a atração de talento estrangeiro já eram evidentes. O desafio impunha-se e o sonho foi abraçado com paixão.

Porquê um novo Campus?

Instalada desde 1988 num antigo Convento em Campolide, a Nova SBE tinha poucas — ou nenhumas — condições para crescer. O espaço, grande para os alunos das décadas de 80 e 90, era insuficiente para os mais de 2.000 alunos que entretanto passaram a estudar na faculdade. Fora isso, as desvantagens de um edifício cuja arquitetura foi concebida para as pessoas não se encontrarem, com corredores estreitos e janelas a uma altura acima dos olhos, contradiziam o espírito que já se sentia na Nova SBE, e traduz o que se pretende de uma faculdade de economia e gestão.

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Havia que encontrar um novo espaço. Lisboa não oferecia opções com a amplidão pretendida, mas a Câmara Municipal de Cascais prontificou-se a acolher o projeto. Foi assim que cedeu um terreno em Carcavelos, com 80 mil metros quadrados.

Cinco maquetes foram colocadas à apreciação da direção e dos alunos. A decisão do júri foi para a proposta dos arquitetos Vítor Carvalho Araújo e António Barreiros Ferreira. Era a que melhor refletia a filosofia da escola e o que tirava mais partido do espaço envolvente. A construção foi entregue a um consórcio entre a HCI e a Alves Ribeiro. O dinheiro? Não havia. O orçamento era de 50 milhões de euros (M€). O governo — na altura com Vítor Gaspar, antigo aluno da Nova SBE, como ministro das Finanças — percebeu e elogiou a excelência do projeto, mas explicou que, em tempos de Troika, não tinha forma de o financiar. Valeu a experiência norte-americana do Professor Pedro Santa Clara, o principal mentor desta empreitada: “Vamos pedir donativos”. A quem? Aos antigos alunos e às empresas. Onde, por sinal, estão muitos deles, com vários em cargos de topo.

Encontrar os Alumni

Estávamos em 2009 e, com raras exceções, a relação da Faculdade com os seus antigos alunos (Alumni) praticamente não existia. A alguns, mais conhecidos pela sua relevância profissional, seria possível chegar. Mas a maioria tinha de ser descoberta.

Como contribuir

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● Podem fazer-se donativos a partir de 50 €. No caso de se querer doar uma quantia de valor mínimo de 1.000,00€, esta pode ser dividida em 5 anos.

● Para dar apenas um exemplo, 1.000,00 € são reconhecidos numa das pedras do Walk of Founders e 2,500,00 € colocam o seu nome — ou da sua família, turma, ou grupo de amigos – num dos bancos no jardim.

● A Faculdade quer, acima de tudo, ser aberta a todos e que todos possam participar, conhecer e envolver-se.

● Para decidir melhor, marque uma visita ou comece por aceder a Nova Campaign para saber toda a informação, incluindo os contactos do Alumni Relations que certamente estarão prontos para o receber.

Criou-se então o Gabinete de Alumni Relations e constituiu-se a base de dados. Havia apenas as moradas dos pais dos Alumni, muitos deles formados há 10, 20 ou 35 anos. Mas tudo era uma questão de empenho, e, em poucos meses, muitos foram encontrados. Entre telefonemas, emails, redes sociais (o LinkedIn foi a mais usada) e a nomeação de embaixadores, o esforço resultou. Ficou definido que ao Gabinete de Alumni Relations cabia esta interação dentre antigos alunos: organizar jantares para celebrar diferentes anos de graduação; promover encontros internacionais com ex-alunos que estão no estrangeiro, com o apoio de um International Alumni Ambassador, e programas de mentores, em que antigos alunos são mentores de alunos de mestrado e de licenciatura; e convidar alumni como oradores para partilharem a sua experiência. Por isso, este gabinete foi o impulsionador da campanha de fundraising, que conta, agora, com mais de 5 M€ vindos de 930 doadores individuais e aproximadamente 36 M€ assegurados pelos 39 parceiros corporativos. No fim de contas, neste momento, faltam cerca de 9 milhões de euros para acabar a obra. Todos podemos contribuir, numa das várias modalidades disponíveis, a partir de 50€ (ver caixa).

Todos os donativos são reconhecidos

No site, está toda a informação e o reconhecimento de todos os donativos, salvo quando o doador prefere ficar incógnito. Existem quatro parceiros fundadores: Câmara Municipal de Cascais, Grupo Jerónimo Martins, Família Soares dos Santos e Banco Santander. A reconhecer os respetivos donativos, o edifício onde serão lecionadas as licenciaturas denomina-se Cascais Academic Hall, o auditório principal chama-se Jerónimo Martins Grand Auditorium, a biblioteca recebe o nome de Teresa e Alexandre Soares dos Santos Library e o edifício dos mestrados é o Santander Academic Hall. Com estas quatro entidades, foi criada a Fundação Alfredo de Sousa, em homenagem ao fundador da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, hoje Nova SBE. A sua única função é apoiar a gestão da escola. Recebe e gere os donativos e a sua existência vai continuar depois de concluída a obra, pois há planos para inúmeras iniciativas que darão à sociedade civil a oportunidade de participar.

A partir de 1.000,00€, os donativos têm reconhecimento físico no Campus. Do nome num banco de jardim, numa pedra no Walk of Founders, numa sala, ou auditório, as hipóteses são diversas. Mais do que destacar o facto de se ter doado, este reconhecimento cria uma verdadeira ligação entre as pessoas. António Casanova, por exemplo, antigo aluno e Presidente Unilever Espanha, com o seu donativo, deu nome a um terraço. Chama-se Casanova Chill Out Terrace, e é uma boa amostra do que a Nova SBE pretende para o seu novo Campus: envolvimento com a Natureza, transparência e luz natural (quase todas as paredes são de vidro) e a polivalência de um espaço onde se pode estudar, trabalhar e passar bons momentos de estudo, convívio ou a praticar desporto.

Todo o Campus será facilitador de um estilo de vida que só uma escola como a Nova SBE, um país como Portugal e uma localidade como Carcavelos podem proporcionar: excelência académica e profissional, troca de ideias e experiências, eventos, cursos para executivos… tudo isto segundo um estilo de vida saudável. Além dos vários auditórios e salas de aula, sofás, puffs e uma nap room, o Campus vai ter um campo de jogos, um bosque e um pomar. Definitivamente, a inovação é uma característica inseparável do Campus e da Nova SBE. E como foi por todas as pessoas que esta obra ganhou corpo, a escola está aberta a quem a queira visitar. A entrada pelo túnel que liga o Campus à praia, ou pela porta principal, que dá acesso direto ao Atrium, cujo teto pode ser aberto nos dias de calor, é livre. Os acessos são simples e facilitados pela proximidade da estação de comboios, shuttle da própria escola e estacionamento para 500 lugares com Via Verde Parking.

Não há razão para não conhecer e apostamos que vai querer fazer parte deste projeto.

Histórias com razão e emoção

A título individual, entre os mais de 930 doadores, as histórias são inúmeras. Já houve donativos de irmãos para homenagear os pais, de maridos como presente de anos à mulher e de muitos alunos, que, apenas por sentirem que a Nova SBE foi decisiva nas suas vidas e no sucesso das suas carreiras, quiseram fazer o seu donativo.

Um projeto de comunidade

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O novo Campus da Nova SBE, em Carcavelos, fica numa área com 80 mil m2 dos quais apenas 27 mil são área construída. Ou seja: cerca de 50 mil serão espaços verdes e Natureza (além dos vários quilómetros de praia em frente, cujo acesso é feito por um túnel diretamente do Campus).

Tudo isto se tornou realidade devido aos donativos de empresas, antigos alunos e pessoas que, mesmo não tendo qualquer relação com a faculdade, perceberam a importância de um Campus assim em Portugal.

Bastou conhecerem o projeto para se deixarem envolver por aquilo que um Campus como este traz para o ensino superior no país e na Europa. Em Portugal, é, sem dúvida, um caso inédito de participação conjunta da sociedade civil, fruto de uma visão que ganhou forma primeiro em almoços one to one, depois em grupos e ainda através do simples “passa palavra”. Para chegar aos seus 14.000 antigos alunos, o gabinete de Alumni Relations recorreu também à ajuda de uma rede de Class Ambassadors. Contactou um aluno por turma e desafiou-o a aliciar os restantes ex-colegas. Assim se reencontraram muitos amigos, recorrendo ao email, grupos no Whatsapp, tudo o que pudesse contribuir para que a Nova SBE chegasse à sua fase atual.