A República Democrática do Congo (RD Congo) anunciou esta terça-feira o primeiro caso do surto de ébola na província de Ituri, nordeste da RD Congo, região vizinha de Kivu do Norte, onde este novo surto da doença começou.

Segundo a agência de notícias espanhola Efe, esta é a primeira confirmação oficial do laboratório para a província, embora as autoridades tenham mantido Ituri sob vigilância desde o início do surto, uma vez que já tinham sido detetados casos classificados como “prováveis”.

“Este novo caso de ébola confirmado está localizado na zona de Mandima, na cidade de Mambasa, na província de Ituri. É um caso de contacto com doentes do Kivu do Norte, no território de Beni, que estavam a deslocar-se”, disse o Ministério da Saúde na sua última declaração sobre o surto, divulgada na noite de segunda-feira com dados atualizados até ao momento.

Com este novo caso do vírus ébola, dos 58 casos no processo de pesquisa, 30 foram confirmados e 27 são considerados “prováveis”. Entre os casos confirmados, 14 pacientes já morreram. De acordo com as estatísticas mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), este novo surto de ébola provocou 41 mortes.

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O surto do vírus ébola foi declarado nas províncias do nordeste do país a 1 de agosto, apenas oito dias depois de o ministro da Saúde, Oly Ilunga, proclamar o fim de outro surto na região do Equador (noroeste do país). A vacinação começou na quarta-feira em Kivu do Norte, a mais afetada das duas províncias, com um tratamento experimental.

A Unicef anunciou esta terça-feira que enviou 90 toneladas de ajuda adicional para a República Democrática do Congo para enfrentar o novo surto de ébola registado na região nordeste do país. Estes fornecimentos, que incluem dez milhões de comprimidos para purificar a água, quarenta tanques de água e dois mil ‘kits’ de higiene, são adicionados às catorze toneladas de ajuda que esta organização enviou à RDCongo assim que esta doença mortal reapareceu.

“Esta ajuda reforçará a capacidade da Unicef de informar e proteger as comunidades locais, promover o acesso à água adequada ao consumo, bem como práticas adequadas de higiene e saneamento, e oferecer apoio psicossocial às crianças e às suas famílias”, afirmou um porta-voz daquela agência da ONU, em Genebra.

O vírus do ébola, que atinge uma taxa de mortalidade de 90%, é transmitido por contacto direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infetados.