O primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte declarou esta quarta-feira, em conferência de imprensa, estado de emergência para Génova nos próximos 12 meses. Pouco tempo antes, o Procurador de Génova, Francesco Cozzi, tinha confirmado aos jornalistas que a queda da Ponte Morandi, que matou pelo menos 39 pessoas, “não se tinha tratado de uma fatalidade mas sim de um erro humano“. O Chefe de Governo de Itália anunciou ainda que vai disponibilizar uma verba de 5 milhões de euros para ajudar a fazer face aos prejuízos mais urgentes.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro italiano depois de ter estado reunido com o restante elenco governativo, num conselho de ministros extraordinário exclusivamente dedicado à queda da Ponte Morandi. Na reunião ficou ainda decidido que seria decretado um dia de luto nacional, embora sem data definida, já que a intenção do Executivo passa por fazer coincidir esse dia com o das cerimónias fúnebres das vítimas da tragédia.

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Na sequência de uma primeira ação de reconhecimento, a Procuradoria genovense decidiu abrir um inquérito por negligência e homicídio múltiplo. Cozzi mostrou-se determinado em encontrar os responsáveis pelo desabamento da infraestrutura e colocou a questão num plano relativamente simplista: “Temos de responder apenas a uma questão – porque aconteceu isto? Esta é a nossa tarefa e devemos fazer tudo o que for necessário para encontrar a resposta.”

“Quando a fase da contagem das vítimas e dos desaparecidos estiver concluída, a investigação irá surgir em primeiro plano e, aí, todos os aspetos relacionados com o projeto, com a construção e com a manutenção da ponte serão analisados”, avisou o procurador. Serão ainda passados em revista todos os trabalhos de reconstrução e manutenção que foram sendo feitos ao longo dos anos, de modo a entender como se deu o colapso.

A Polícia Judiciária irá ainda inquirir todas as “instituições, empresas e operadores” que estiveram envolvidas nas várias intervenções que a Ponte Morandi sofreu.

Sobre os avisos de que a ponte estaria em estado de degradação avançado, Cozzi garantiu aos jornalistas que todas as declarações que foram proferidas nesse sentido vão ser analisadas pelas autoridades. “Em 2012 houve quem avisasse que se tratava de uma estrutura que entraria em colapso no espaço de 10 anos. Será necessário verificar se foram declarações de provocação política ou se, em vez disso, eram declarações feitas com base em fontes qualificadas”.

Um trecho da Ponte Morandi caiu esta terça-feira. Pelo menos, 39 pessoas morreram e 16 pessoas ficaram feridas, 12 das quais com gravidade.