A adesão à greve dos enfermeiros, que cumpre hoje o seu terceiro dia, “tem uma média de 95%”, sem grandes oscilações em relação aos dias anteriores, declarou hoje uma fonte sindical.

“Não há grandes alterações. Mantêm-se os números de ontem [terça-feira]. Há um caso ou outro em que baixaram um ponto, mas a média dos 95% mantém-se e o que está em causa também se mantém, que são as pessoas entusiasmadas, fazendo perguntas e pedindo orientações”, disse o presidente Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE), José Correia Azevedo, à Lusa.

Os enfermeiros associados da FENSE iniciaram, na segunda-feira, uma greve nacional de cinco dias em protesto contra o impasse na negociação do acordo coletivo de trabalho, que começou há um ano.

O presidente da FENSE – que integra o Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem (SIPE) e o Sindicato dos Enfermeiros (SE) – disse à Lusa que as razões do protesto se prendem com “o impasse na negociação” da proposta do acordo coletivo de trabalho apresentado pelos enfermeiros em agosto de 2017.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Um ano depois, “estamos ‘na mesma como a lesma’, não saímos ainda do sítio. E, portanto, esta greve destina-se a chamar a atenção dos enfermeiros de que, se querem este acordo, que conhecem em proposta, têm de nos ajudar nesta luta”, declarou José Correia Azevedo.

“O Governo dá a impressão que está a tentar ganhar tempo, não sabemos muito bem porquê nem para quê, para nos empatar e nós estamos dispostos a começar esta greve, à qual se podem seguir outras, para obrigar o Governo a dizer ou não quer negociar, e assume a responsabilidade política, ou quer negociar e tem que terminar os trabalhos porque um ano já é demais” para a negociação, referiu.

Os enfermeiros pretendem que seja criada uma carreira especial de enfermagem, que integre a categoria de enfermeiro especialista, e exigem o descongelamento da carreira, considerando que o Estado deve aos enfermeiros 13 anos, 7 meses e 25 dias nas progressões. Exigem também a revisão das tabelas remuneratórias.

“Mesmo que não tenham dinheiro para a pagar atualmente, os sindicatos já propuseram o pagamento em três prestações anuais”, disse José Correia Azevedo. Os sindicatos garantiram que os serviços mínimos serão respeitados.