O antigo primeiro-ministro indiano Atal Bihari Vajpayee, que iniciou o processo de paz com o Paquistão após ter desencadeado uma corrida ao armamento nuclear com aquele país vizinho, morreu esta quinta-feira aos 93 anos. O Instituto de Ciências Médicas da Índia, onde Vajpayee tinha sido hospitalizado durante mais de dois meses com uma infeção nos rins e um edema pulmonar, anunciou a sua morte.
“A sua morte marca o fim de uma era – ele viveu para a nação e serviu-a diligentemente por décadas”, escreveu o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na sua conta official do Twitter.
India grieves the demise of our beloved Atal Ji.
His passing away marks the end of an era. He lived for the nation and served it assiduously for decades. My thoughts are with his family, BJP Karyakartas and millions of admirers in this hour of sadness. Om Shanti.
— Narendra Modi (@narendramodi) August 16, 2018
Vajpayee, líder do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata e antigo jornalista, era, em muitos aspetos, uma contradição política: foi um líder moderado de um movimento nacionalista hindu e enquanto primeiro-ministro ordenou testes nucleares em 1998, alimentando temores de uma guerra atómica entre a Índia e o Paquistão. Um ano depois foi o próprio Vajpayee quem deu os primeiros passos em direção à paz entre os dois países vizinhos.
Vajpayee ocupou o cargo de primeiro-ministro três vezes: em 1996, 1998-99 e 1999-2004. A sua carreira política, que durou cinco décadas, atingiu o auge na década de 1990, quando dezenas de milhares de pessoas seguiam os seus discursos, fascinados pelas suas tiradas poéticas. Em 1999, enquanto primeiro-ministro, esteve nas reuniões históricas com o primeiro-ministro do grande rival da Índia, o Paquistão.
Contudo, a sua imagem de pacifista colapsou quando a violência entre combatentes pró paquistaneses e soldados indianos incendiou a região disputada de Caxemira, fazendo mais de mil mortos.
Vajpayee retirou-se da vida política após a derrota eleitoral em 2004.