O restauro amador de três imagens da Ermida de Rañadoiro, nas Astúrias, está a gerar polémica, com os especialistas a classificarem o resultado final como um “desastre absoluto”. Em causa estão três figuras datadas do século XV que foram pintadas, segundo o El Comercio, por um dos 16 habitantes da aldeia. Apesar de não ter experiência neste tipo de trabalhos, a “restauradora” terá tido a autorização do pároco para recuperar a obra, que se encontrava desgastada.

“Não sou profissional, simplesmente as figuras estavam horrorosas e quis pintá-las para ficarem melhores”, explicou ao La Vanguardia.

O resultado foi, na opinião dos especialistas citados pela imprensa espanhola, um “desastre absoluto”. As cores escolhidas são muito mais garridas do que as originais e os rostos perderam as expressões naturais, sendo comparados pelo El Español à aplicação de botox.

O último artista a restaurar as imagens oficialmente, Luis Soárez Saro, sublinhou que o aspeto atual das estátuas é “paupérrimo”. “A técnica e as cores utilizadas não têm nada a ver com as originais”, disse.

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De acordo com o La Vanguardia, esta é a segunda vez que os resultados de restauro das estátuas não são o esperado. Em 2003, um especialista teve de retirar a pintura aplicada para devolver o aspeto original às imagens. Nesta caso, ainda não se sabe se será possível reverter a intervenção, dependendo do tipo de tinta utilizado.

Esta não é a primeira vez que uma obra de restauro gera em polémica em Espanha. O caso mais mediático ocorreu em 2012, quando o restauro do quadro “Ecco Homo” fez manchetes em todo o mundo. Também a restauração de uma imagem de São Jorge e de um castelo geraram contestação.

‘Ecco Homo’ foi restaurado em 2013 e foi o primeiro caso mediático em que o resultado da restauração não foi o esperado.